Filha de Kim Jong-un estreia em evento diplomático e intensifica rumores sobre sucessão

A presença de Kim Ju-ae, filha de Kim Jong-un, em uma cerimônia oficial na embaixada da Rússia em Pyongyang marcou um novo capítulo na construção de sua imagem pública e diplomática. A jovem, cuja idade é estimada em 12 ou 13 anos, acompanhou o pai na celebração do 80º aniversário da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial, em 9 de maio, e foi pela primeira vez chamada pela imprensa estatal da Coreia do Norte de “filha mais amada”. As informações são da rede Radio Free Asia (RFA).

A participação no evento representa a estreia de Kim Ju-ae no cenário diplomático internacional. Vídeos divulgados pela televisão estatal norte-coreana mostram a adolescente sentada ao lado do embaixador russo Alexander Matsegora, que chegou a beijar sua bochecha ao se despedir. Em outro registro, um guarda-costas pessoal de Kim Jong-un aparece segurando um guarda-chuva exclusivamente para protegê-la da chuva.

Kim Jong-un e a filha, Kim Ju-ae, na embaixada russa em Pyongyang (Foto: KCNA/divulgação)

“Esta visita à embaixada russa marca efetivamente a estreia de Kim Ju-ae no palco internacional”, afirmou Cho Han-bum, pesquisador do Instituto de Unificação Nacional da Coreia. “Formaliza o fato de que ela está passando por um treinamento sucessório, tanto no plano doméstico quanto no internacional.”

Desde que apareceu pela primeira vez em público em novembro de 2022, durante a inspeção de um míssil balístico intercontinental, Kim Ju-ae tem sido presença frequente em eventos militares e comemorativos. No entanto, sua participação em uma agenda diplomática com um dos principais aliados de Pyongyang reforça as especulações sobre um possível plano de sucessão dinástica.

Para o analista Ahn Chan-il, dissidente norte-coreano e presidente do Instituto Mundial de Estudos sobre a Coreia do Norte, a presença da filha do líder norte-coreano em atividades diplomáticas pode indicar que ela participará de viagens internacionais, inclusive de uma possível visita à Rússia ainda este ano.

“Se Kim Jong-un decidir que ela irá, ela irá”, afirmou. “Esta visita sugere que a liderança está acelerando o processo de estabelecer uma estrutura de sucessão.”

A ida à embaixada russa foi a primeira de Kim Jong-un desde que assumiu o poder, em 2012. Embora ele não tenha comparecido à celebração oficial em Moscou, onde Vladimir Putin recebeu líderes como Xi Jinping e o brasileiro Lula, a aproximação com a Rússia se intensificou no último ano, com o envio de armamentos, suprimentos e até tropas norte-coreanas para apoiar Moscou na guerra contra a Ucrânia.

Segundo Cho, do Instituto de Unificação Nacional, um novo encontro entre Kim Jong-un e Putin “parece cada vez mais provável”, sendo Vladivostok, em setembro, o cenário mais cotado para a cúpula. E a filha pode, pela primeira vez, acompanhar o líder norte-coreano.

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