Zelensky cancela ida a reunião na Turquia e critica recusa de Putin

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, cancelou sua ida a reunião na Turquia e afirmou nesta quinta-feira, 15, que está enviando uma equipe liderada por seu ministro da Defesa para Istambul, para as primeiras negociações diretas de paz com os russos desde as primeiras semanas da invasão em grande escala de Moscou, em 2022.

Zelensky tomou essa decisão após o presidente da Rússia, Vladimir Putin, recusar um encontro presencial com ele na Turquia, durante uma série de manobras diplomáticas.

O presidente ucraniano declarou, em uma coletiva de imprensa na capital turca, Ancara, que a delegação russa “não inclui ninguém que realmente tome decisões”, acusando Moscou de não levar a sério os esforços para encerrar a guerra.

No entanto, ele disse que, para demonstrar ao presidente dos EUA, Donald Trump, que a Ucrânia busca uma solução para o conflito, decidiu enviar autoridades de Ancara para Istambul — a mais de 400 quilômetros de distância — para as primeiras negociações diretas desde março de 2022, após a invasão em larga escala da Rússia no mês anterior.

Ele afirmou que o lado ucraniano será liderado pelo ministro da Defesa, Rustem Umerov, e que o objetivo é “tentar, pelo menos, os primeiros passos rumo à desescalada, os primeiros passos para o fim da guerra — ou seja, um cessar-fogo.”

A ausência de Putin frustrou as esperanças de um avanço nos esforços de paz, que haviam ganhado novo impulso nos últimos meses com o envolvimento da administração Trump e de líderes da Europa Ocidental, em meio a intensas manobras diplomáticas. Isso também aumentou a possibilidade de sanções internacionais mais duras contra a Rússia, já ameaçadas pelo Ocidente.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, recebeu Zelensky com uma guarda de honra no palácio presidencial em Ancara antes de os dois realizarem conversas.

“Agora, após três anos de sofrimento imenso, há finalmente uma janela de oportunidade,” disse o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, durante uma reunião da OTAN realizada separadamente no país. “As negociações… esperamos que possam abrir um novo capítulo.”

A guerra já matou dezenas de milhares de soldados de ambos os lados e mais de 12 mil civis ucranianos, segundo a ONU, e continua ao longo de uma linha de frente de aproximadamente 1.000 quilômetros. Segundo o governo ucraniano e analistas militares ocidentais, as forças russas estão preparando uma nova ofensiva militar.

Pelo menos cinco civis foram mortos e 29 ficaram feridos nas últimas 24 horas, de acordo com autoridades de cinco regiões orientais da Ucrânia onde o exército russo tenta avançar.

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