QG do crime: entenda a relação entre a Favela do Moinho e o PCC

A favela do Moinho, localizada na região central de São Paulo, tornou-se um bunker do crime organizado, conforme revelado pelo Ministério Público e pela polícia. Investigações revelam que o Primeiro Comando da Capital (PCC) transformou a comunidade em um quartel-general estratégico para suas operações criminosas.

As informações são do promotor Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo, que investiga o PCC há anos. Em entrevista à CNN, Gakiya relatou que a área não se limita apenas ao comércio de entorpecentes, mas abriga um verdadeiro “ecossistema de atividades econômicas ilícitas”.

O promotor detalhou: “Estou falando, por exemplo, de reciclagem de lixo, de ferros-velhos, de lojas que comercializam celulares furtados”.

Com apenas uma entrada e saída, o Moinho oferece condições ideais para o controle do fluxo de pessoas pelos traficantes. O grupo criminoso implementou um sofisticado sistema de vigilância, incluindo antenas, radiocomunicadores e câmeras nos arredores da favela, permitindo detectar sinais da polícia e antecipar operações.

Estrutura fortificada e logística criminosa

Para dificultar o acesso das forças de segurança, o PCC instalou cilindros de concreto na entrada da favela, impedindo o avanço de veículos blindados e viaturas policiais. Além disso, cerca de 80 imóveis sob o comando de “Léo do Moinho”, chefe do tráfico preso em agosto do ano passado, funcionavam como esconderijos para armas e drogas.

A localização estratégica do Moinho, a aproximadamente 1,5 km da Cracolândia, facilita a distribuição de drogas e armas na região central da cidade. Essa proximidade torna a favela um ponto crucial para o abastecimento de outras áreas controladas pelo crime organizado.

Milícia privada e exploração de moradores

Além das atividades ligadas ao tráfico, Gakiya apontou a presença de uma milícia privada na região. Este grupo estaria envolvido na exploração de moradores, usuários de drogas e comerciantes locais, ampliando o alcance das atividades criminosas na favela.

O promotor também mencionou a prisão de “Léo do Moinho”, que, com seus dois irmãos, comandava as operações do PCC na área central de São Paulo. “Ali existia uma espécie de central de abastecimento do tráfico para a região central”, afirmou Gakiya, ressaltando a importância estratégica da Favela do Moinho para as operações da facção criminosa.

Gakiya reforçou, ainda, que há uma complexa rede de atividades ilícitas que se entrelaçam na Favela do Moinho, colocando desafios a serem enfrentados pelas autoridades no combate ao crime organizado em áreas urbanas vulneráveis.

Ação governamental e remoção de famílias

Diante dessa situação, o governo de SP, em parceria com o governo federal, dono de maior parte da área da Favela do Moinho, iniciou um processo de remoção das famílias residentes no local. Das 854 famílias cadastradas, 610 já estão habilitadas para receber auxílio-moradia e serem realocadas. Destas, 186 já deixaram a comunidade.

O programa de auxílio oferece uma primeira parcela de R$ 2.400, seguida de parcelas mensais de R$ 1.200. Além disso, as famílias terão acesso ao programa Minha Casa Minha Vida, com subsídios que podem chegar a R$ 250 mil.

A demolição de imóveis já começou, com 57 casas derrubadas na última semana. Essa ação, segundo os governos, visa desarticular a estrutura criminosa e recuperar o controle da área. No entanto, 97 famílias ainda não aderiram ao plano de remoção.

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