Um casal de empresários, de 51 e 49 anos, responsáveis por uma empresa de eventos que realizava formaturas de faculdade, está sendo procurado pela Polícia Civil de Mato Grosso. Eles são investigados por aplicarem golpes, cancelarem cerimônias e causarem um prejuízo que, segundo a Polícia, ultrapassa os R$ 7 milhões.
A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta terça-feira (20), a Operação Ilusion, com o objetivo de desmantelar o esquema fraudulento. Após realizar as vendas, o casal fechou a empresa sem cumprir os contratos.
Estima-se que aproximadamente mil formandos de mais de 40 turmas de diversas universidades e faculdades em Cuiabá, Várzea Grande e cidades do interior de Mato Grosso e Rondônia foram prejudicados, incluindo alunos de cursos de medicina, odontologia e turmas de escolas públicas e particulares.
Coordenada pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), a ação cumpre 20 ordens judiciais. Entre elas, destacam-se os mandados de prisão preventiva contra o casal de empresários, que ainda não foram localizados e são considerados foragidos.
Além das prisões, estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão domiciliar, restrição administrativa em oito veículos automotores, suspensão de atividade econômica de empresas e o sequestro e bloqueio de R$ 7 milhões em bens e valores em contas bancárias dos quatro suspeitos e de suas empresas.
Os mandados foram expedidos pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), após parecer favorável da 18ª Promotoria de Justiça Criminal de Cuiabá. As diligências estão sendo realizadas nas cidades de Maringá (PR) e João Pessoa (PB), com o apoio de policiais civis locais.
Os suspeitos são investigados por crimes contra o patrimônio, crimes contra as relações de consumo e associação criminosa, com penas que podem chegar a 13 anos de prisão e multa.
Fechamento da empresa e cancelamento de eventos
Na manhã de 31 de janeiro, o casal responsável pelas empresas Imagem Eventos e Graduar Decoração e Fotografia divulgaram uma nota informando o fechamento do estabelecimento, pegando de surpresa funcionários, formandos e seus familiares.
Segundo o delegado da Decon, Rogério Ferreira, as investigações indicam que os empresários sabiam que não conseguiriam cumprir os compromissos firmados e planejaram o fechamento da empresa pelo menos quatro meses antes do encerramento das atividades.
“Os investigados fecharam novos contratos, exigindo pagamentos à vista, realizaram promoções, ocultaram mídias digitais de eventos que ainda não haviam sido entregues com o fim de serem comercializados posteriormente, tudo com a finalidade de levantar valores para fechar a empresa e deixar a cidade”, explicou o delegado.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Donos de empresa de formaturas são procurados por golpe milionário no site CNN Brasil.