Israel amplia ofensiva em Gaza e se vê ameaçado de perder apoio internacional

A mais recente ofensiva terrestre de Israel em Gaza provocou uma reação incomum entre seus aliados. Reino Unido, França e Canadá fizeram uma ameaça explícita de adotar ações concretas, incluindo sanções direcionadas, se o governo israelense não encerrar os bombardeios e mantiver o bloqueio à entrada de ajuda humanitária. As informações são da CNN.

A operação militar foi lançada após uma nova rodada de negociações fracassadas com o Hamas e já causou centenas de mortes, segundo autoridades de saúde do enclave palestino. O Exército israelense afirmou que mais de 670 alvos do grupo radical palestino foram atingidos desde o início da campanha, incluindo armazéns médicos e áreas densamente povoadas.

Em 24 horas, 136 pessoas morreram, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, que também informou o fechamento do último hospital em funcionamento no norte do território. O total de mortos desde a semana passada passa de 400, e o número de feridos já supera mil. A maioria das vítimas, segundo os dados divulgados, são mulheres e crianças.

Veículos blindados das IDF operando perto da fronteira de Gaza (Foto: Israel Defense Forces/Flickr)

Em paralelo ao avanço militar, Israel autorizou a entrada de cinco caminhões com mantimentos pela passagem de Kerem Shalom. A medida foi atribuída à pressão de aliados e classificada como insuficiente por agências humanitárias. O chefe da ajuda da ONU (Organização das Nações Unidas), Tom Fletcher, afirmou que a entrega representa uma gota no oceano do que é urgentemente necessário.

A reação diplomática foi imediata. Em nota conjunta, Reino Unido, França e Canadá afirmaram que, se Israel não cessar a renovada ofensiva militar e suspender suas restrições à ajuda humanitária, outras ações concretas serão tomadas em resposta. O comunicado não especifica os prazos, mas sanções direcionadas já foram aplicadas.

De acordo com a agência Associated Press (AP), o governo britânico, liderado por Keir Starmer, suspendeu as negociações para um acordo de livre comércio com Israel e anunciou sanções aos colonos da Cisjordânia ocupada.

Em discurso divulgado no Telegram, o premiê israelense Benjamin Netanyahu disse que havia sido alertado por seus aliados previamente de que eles não manteriam o apoio a Israel se a fome se instalar em Gaza. Ele usou tal argumento para justificar o abrandamento dos bloqueios, mas acusou os líderes ocidentais de oferecerem um prêmio ao Hamas.

Em outro comunicado, chanceleres de 23 países europeus e representantes da União Europeia (UE) cobraram a retomada plena da ajuda e o fim do cerco à região. O texto afirma que, apesar de indícios de uma retomada limitada da ajuda, Israel bloqueou por mais de dois meses a entrada de alimentos, remédios e suprimentos essenciais. A população enfrenta fome. Gaza precisa receber a ajuda de que necessita desesperadamente.

Nesta terça-feira (20), o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noel Barrot, reforçou o tom. “É totalmente insuficiente É necessária uma ajuda imediata e massiva”, disse à rádio France Inter.

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