As exportações brasileiras de carne de frango enfrentam um duro revés após a confirmação de um foco de gripe aviária em uma granja comercial no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, na última sexta-feira (16). Como consequência, 21 destinos já suspenderam totalmente as compras do produto, segundo levantamento atualizado do Ministério da Agricultura e Pecuária. As Filipinas e a Jordânia foram os mais recentes a aderirem à suspensão. As Filipinas, sexto maior destino da carne de frango brasileira, importaram 234,8 mil toneladas do produto em 2024, um aumento de 7% em relação ao ano anterior. Já a Jordânia, 21ª no ranking dos principais compradores, adquiriu 76,8 mil toneladas neste ano, volume 21% maior que em 2023.
Além desses dois países, também suspenderam totalmente as importações: China, União Europeia, México, Iraque, Coreia do Sul, Chile, África do Sul, União Euroasiática (composta por Rússia, Belarus, Armênia e Quirguistão), Peru, Canadá, República Dominicana, Uruguai, Malásia, Argentina, Timor-Leste, Marrocos, Bolívia, Sri Lanka e Paquistão. Outros países adotaram restrições parciais. Reino Unido, Bahrein, Cuba, Macedônia, Montenegro, Casaquistão, Bósnia e Herzegovina, Tajiquistão e Ucrânia proibiram a entrada de produtos oriundos especificamente do estado do Rio Grande do Sul.
No caso do Japão e da Arábia Saudita, as restrições foram limitadas ao município de Montenegro (RS), foco da infecção. Já países como Cingapura, Hong Kong, Argélia, Índia, Lesoto, Mianmar, Paraguai, São Cristóvão e Nevis, Suriname, Usbequistão, Vanuatu e Vietnã adotaram a chamada regionalização, permitindo importações de áreas fora de um raio de 10 quilômetros do foco da gripe aviária.
O Ministério da Agricultura informou que mantém diálogo com as autoridades sanitárias dos países importadores e está fornecendo informações técnicas de forma transparente, com o objetivo de restabelecer as exportações o quanto antes. Entre as prioridades do governo brasileiro está convencer a China a adotar a regionalização das restrições, o que poderia permitir a retomada parcial dos embarques.

Atualmente, oito casos suspeitos da doença seguem em análise no Brasil, incluindo duas granjas comerciais em Ipumirim (SC) e Aguiarnópolis (TO), além de criações domésticas e aves silvestres em diferentes estados. Apesar do impacto comercial, o governo reforça que o foco detectado não representa risco ao consumo da carne de frango e que todas as medidas sanitárias estão sendo seguidas para conter a disseminação do vírus.
Publicado por Felipe Dantas
*Reportagem produzida com auxílio de IA