Vestibular não é só teste de conhecimento — é combate intelectual. E para vencer essa batalha, segundo o professor de Literatura e de Arte do Curso e Colégio Positivo, Rodrigo Wieler, é preciso ir além da leitura superficial. As obras literárias obrigatórias devem ser encaradas como verdadeiras armas estratégicas, capazes de garantir vantagem decisiva no campo de batalha das provas.
A seguir, detalhamos as dicas do professor e explicamos o que torna cada obra essencial para sua preparação, especialmente nas provas da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Clássicos que exigem técnica de espadachim literário
Algumas obras do vestibular da UFPR são densas e distantes do universo dos jovens. Por isso, o professor Rodrigo sugere enfrentá-las como duelos corpo a corpo, pois requerem atenção redobrada ao estilo, às escolas literárias e ao contexto de produção.
- “Marília de Dirceu” – Tomás Antônio Gonzaga
Esta obra poética idealiza o amor e a natureza de forma racional, refletindo os valores iluministas do século XVIII. A obra exige leitura atenta aos símbolos clássicos e à linguagem rebuscada, pouco familiar ao leitor contemporâneo. É uma das mais importantes do movimento árcade no Brasil.
- “Noite na Taverna” – Álvares de Azevedo
Antologia de contos do autor ultrarromântico brasileiro Álvares de Azevedo sob o pseudônimo Job Stern. Ideal para entender os extremos emocionais do Romantismo e o espírito boêmio do século XIX.
- “A Falência” – Júlia Lopes de Almeida
Romance precursor na representação da mulher na literatura brasileira e crítica social. Mostra o colapso moral e financeiro de uma família urbana, com foco no ponto de vista feminino. “‘A Falência’ revela a sociedade em sua crueza e determinismo, típica do Realismo-Naturalismo”, informa o professor Rodrigo Wieler.
Obras que são verdadeiras “granadas emocionais”
Outros livros mais recentes dialogam diretamente com temas sociais e políticos. Segundo Rodrigo, “essas obras funcionam como explosivos de consciência crítica e exigem do estudante não apenas leitura, mas empatia e reflexão”.
- “Quarto de Despejo” – Carolina Maria de Jesus
A obra é o diário real de uma mulher brasileira negra, favelada, mãe solo e catadora de materiais recicláveis dos anos 1950, e já vendeu milhões de cópias. Carolina foi, por muito tempo, a autora negra que mais vendeu livros na história mundial.
- “Poema Sujo” – Ferreira Gullar
De acordo com o professor, a obra “é uma metralhadora de versos cortantes, dissecando um Brasil marcado por política e dor no período militar”. É um texto que flui entre memórias e denúncias, escrito no período do exílio do autor na Argentina, durante a ditadura.
Literatura contemporânea: armas de alta tecnologia crítica
Obras recentes também fazem parte da lista da UFPR e são, segundo o professor, “como drones literários”: sutis, certeiros e complexos. “Elas exigem interpretação refinada, domínio da linguagem e atenção às novas estratégias narrativas”, afirma.
- “O Livro das Semelhanças” – Ana Martins Marques
Coletânea de poemas que explora os limites da linguagem na tentativa de representar o mundo. A autora reflete sobre a distância entre as palavras e as coisas, com lirismo contido e ironia. Dividido em quatro partes, o livro aborda temas como memória, cotidiano, amor e a própria escrita.
- “O Drible” – Sérgio Rodrigues
Por meio de uma história familiar crivada de tensões, “O Drible” recupera episódios sombrios da história recente do país e faz uma celebração do futebol brasileiro. Publicado em setembro de 2013, é um dos mais incensados romances brasileiros contemporâneos.
- “O Sol na Cabeça” – Geovani Martins
Este livro aborda histórias de jovens cariocas, com forte presença da oralidade local. “Vai exigir de você, soldado vestibulando, atenção à linguagem coloquial e temas das favelas cariocas para não virar uma verdadeira ‘bomba na cabeça’”, alerta o professor.
Plano de leitura: a melhor estratégia de guerra
Para o professor Rodrigo, mais do que “ler tudo”, o importante é como se lê. Ele sugere montar um plano de leitura realista e estratégico:
- Intercale gêneros: ler um romance e, em paralelo, poesia ou contos, ajuda a manter o ritmo.
- Contextualize: pesquise o momento histórico de cada obra e considere as características próprias de cada autor — isso enriquece a interpretação.
- Faça anotações: marcar trechos, criar mapas mentais e discutir em grupo ou diretamente com o seu professor de Literatura são formas de transformar a leitura em aprendizado ativo.
- Releia quando possível: uma segunda leitura — mesmo que de pequenos trechos — revela nuances perdidas.
Quem lê com estratégia, passa com vantagem
O vestibular é um desafio intelectual, mas também emocional. Segundo Rodrigo Wieler, ao transformar a leitura em parte do treinamento, o estudante aumenta as chances de sucesso. “Quem domina o campo de batalha das leituras obrigatórias marcha com vantagem para a vitória”, finaliza.
Sobre o Colégio Positivo
O Colégio Positivo, reconhecido como líder e referência no setor educacional, teve sua origem como um prestigiado curso pré-vestibular, expandindo sua atuação para se tornar uma instituição de destaque no campo da educação. Integrante do Grupo Positivo, sua história é marcada pelo compromisso de formar indivíduos éticos, conscientes e solidários, preparados para os desafios futuros com excelência. Desde os primeiros estágios da jornada educativa, o Colégio Positivo se distingue por sua abordagem transformadora, presente em todos os níveis de ensino. Com uma presença consolidada em 20 unidades distribuídas pelos estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo, a instituição acolhe aproximadamente 16,5 mil alunos, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio.