Operação mira grupo que extorquia comerciantes no Camelódromo da Uruguaiana

Uma operação conjunta deflagrada na manhã desta quinta-feira (22) mirou em uma organização criminosa que atuava há pelo menos cinco anos no tradicional Camelódromo da Uruguaiana, no Centro do Rio de Janeiro.

A ação, batizada de Feira Livre II, foi conduzida pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO-IE) e Diretorias Gerais de Polícia Civil e Especializada.

Até o momento, foram cumpridos 11 mandados de prisão preventiva e 9 de busca e apreensão em endereços na Barra da Tijuca, Baixada Fluminense e no próprio Mercado Popular da Uruguaiana. Entre os alvos, estão um policial civil aposentado e um policial penal, que colaboravam com as atividades ilícitas do grupo.

As investigações revelaram que os criminosos se apoderaram da administração da Associação Comercial da Uruguaiana e passaram a extorquir os comerciantes locais sob o pretexto da cobrança de uma “taxa associativa”, além de exigir pagamentos arbitrários pelo consumo de energia elétrica. Em caso de inadimplência, os boxes tinham a energia cortada, sendo restabelecida somente mediante pagamento. As cobranças eram feitas sob ameaças armadas, com o objetivo de intimidar os lojistas.

Além das extorsões, o grupo também promovia a venda e locação irregular de boxes, cobrando entre R$ 60 mil e R$ 80 mil por espaço — prática ilegal, pois o camelódromo é um espaço público, e sua cessão depende exclusivamente da autorização da Prefeitura do Rio.

Outra frente criminosa identificada foi a lavagem de dinheiro. Os valores obtidos com as extorsões eram repassados para contas de laranjas, reinvestidos em novos boxes ou disfarçados por meio de empresas de fachada, incluindo uma lavanderia.

Durante a operação, foram apreendidos veículos, bens de alto valor e realizadas ações de bloqueio de contas bancárias dos envolvidos. As buscas ocorreram nas residências dos suspeitos e na sede da associação do mercado popular.

Os 14 denunciados pelo Ministério Público vão responder pelos crimes de organização criminosa armada, extorsão, usurpação de função pública e lavagem de dinheiro perante a 1ª Vara Criminal Especializada em Organizações Criminosas da Capital.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Operação mira grupo que extorquia comerciantes no Camelódromo da Uruguaiana no site CNN Brasil.

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