O governo federal reagiu nesta sexta-feira (23) à nova classificação da Comissão Europeia de risco de desmatamento. O Brasil passou a integrar a posição de “risco médio”.
A medida faz parte da lei antidesmatamento europeia. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que recebeu a notícia “com preocupação”.
“O governo brasileiro reitera seu posicionamento crítico a respeito da lei antidesmatamento europeia”, afirma o Palácio do Itamaraty.
A pasta diz que a medida acarreta em “ônus significativo e desproporcional” aos países que praticam a agricultura de maneira responsável e sustentável” como o Brasil, e que isso poderia resultar em um impacto maior para produtores menores.
“Em especial, é motivo de estranheza que a grande maioria dos países que ainda detêm e preservam as maiores áreas de floresta tropical nativa do planeta tenham sido classificados em categoria de risco superior à de países que praticam agricultura de clima temperado”, continua o comunicado.
O ministério ainda adiciona que a metodologia e as fontes de dados utilizadas para compor a lista dos países serão “examinadas de forma detalhada” pelo governo brasileiro.
Amazônia
O desmatamento na Amazônia teve queda de 5% no período de agosto de 2024 a abril de 2025, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Foram 2.542 km² desmatados, o melhor resultado desde 2016.
Apesar da redução, abril deste ano registrou um pico: a área desmatada no mês foi 55% maior que em abril de 2024, o que acendeu um sinal de alerta no governo.
O Ministério do Meio Ambiente classificou o pico como atípico e informou que o comportamento do mês está em análise. Para evitar uma possível reversão da tendência de queda, o governo levou o tema à Comissão Interministerial de Prevenção e Controle do Desmatamento, com foco no reforço de ações de fiscalização e prevenção.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Governo reage a risco de desmatamento apontado pela Comissão Europeia no site CNN Brasil.