
Pela primeira vez desde que deixaram a Embaixada da Argentina em Caracas, onde estiveram refugiados por mais de um ano, os cinco opositores venezuelanos que agora estão nos Estados Unidos apareceram publicamente no sábado (24) e insistiram que sua saída foi parte de “uma operação (de resgate) sem precedentes” que ainda está em andamento. “Nosso resgate, fuga, é uma operação sem precedentes”, afirmou Magalli Meda, uma das refugiadas, em uma coletiva de imprensa em Washington; ela é colaboradora do movimento Vente Venezuela, de María Corina Machado, a líder da oposição venezuelana. Magalli disse ainda que os detalhes da operação não serão divulgados, pois se trata de “um processo em andamento”. Outros opositores são: Pedro Urruchurtu, Claudia Macero, Humberto Villalobos e Omar González. Eles se refugiaram diante de uma escalada de prisões antes das eleições de 28 de julho, quando o Conselho Nacional Eleitoral declarou a vitória do presidente Nicolás Maduro para um terceiro mandato, sob denúncias de fraude.

O governo venezuelano nega a versão de um resgate e afirma que foi parte de uma negociação. “Eles montaram o show deles e no final acabaram negociando”, afirmou na época o ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello. Meda classificou sua saída como um “milagre” após 412 dias no complexo diplomático, graças a “uma operação estratégica, envolvendo muitas pessoas e com riscos enormes”. “Estamos nos recuperando”, acrescentou. A chegada dos cinco em Washington foi divulgada no dia 6 de maio, quando o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou que “após uma operação precisa, todos os reféns estão agora a salvo em solo americano”.
Desde o final de novembro, o grupo denunciava a presença constante de agentes do serviço de inteligência e policiais do lado de fora da residência. Também acusava o governo do presidente Nicolás Maduro de cortar os serviços de água e eletricidade do complexo. O governo negou essas acusações.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Sarah Paula