
O professor e extrativista Joaquim Belo, da Escola Família Agroextrativista do Carvão, integra o grupo de regiões estratégicas para o evento internacional. Ele é um dos dois brasileiros convidados. Joaquim Belo, líder extrativista
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O líder extrativista Joaquim Belo, da Escola Família Agroextrativista do Carvão, localizada no município de Mazagão, foi anunciado pela Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 (COP30) como um dos enviados especiais para o evento, que acontecerá em novembro, em Belém (PA). Belo compõe o grupo das regiões estratégicas, que tem dois brasileiros e oito estrangeiros.
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Joaquim se junta a outros seis homens e três mulheres. Ao todo, foram anunciadas 30 pessoas, divididas em dois grupos. Para o considerado ‘setor-chave’, são 20 brasileiros, sendo dez mulheres e dez homens.
Nomes como a primeira-dama Janja da Silva, a ex-primeira-ministra da Nova Zelândia Jacinda Ardern e Frederico Assis, ex-assessor de Celso Amorim, compõem esse setor.
A ideia é que o setor regional, do qual Joaquim faz parte, agregue ideias a partir de suas vivências em sua respectiva comunidade. A conferência busca dar protagonismo para ideias inovadoras que impactam de forma positiva o clima e o meio ambiente.
O professor e extrativista do Amapá tem uma longa caminhada em defesa do acesso à educação pelas comunidades tradicionais. Ele defende o equilibro de ter, sem destruir a natureza, aliado a uma política pedagógica de inclusão por meio da Escola Família Agroextrativista do Carvão.
“Temos uma conquista extraordinária na Amazônia brasileira, nesse trabalho de defesa dos direitos humanos, de defesa dos povos tradicionais, de desenvolvimento que dê um equilíbrio entre o ter e não destruir tanto. Eu caminhei nessa direção e fui fazendo também essa escola popular, desenvolvendo um projeto pedagógico muito próprio para dialogar com o modo de vida, com o cenário de vida das pessoas”, destacou.
O líder extrativista irá representar a sociedade civil amazônica no encontro. Ele destaca a sua participação como “representação da Amazônia”.
“Meu papel é intercambiar as propostas das comunidades para ir se estruturando numa proposta que o governo brasileiro está construindo. Serei um pouco dessa interlocução, faço essa interface entre todas as negociações e a comunidade. Eu respondo justamente por essa representação da Amazônia. Vou ser um certo articulador e um facilitador”, disse.
Joaquim é diretor de formação do Conselho Nacional das Populações Extrativista (CNS) e da Secretaria de redação interinstitucional da Associação Nossa Amazônia (Anama).
O Brasil sediará a COP30 em novembro, em Belém (PA). A conferência é considerada o maior encontro em nível internacional para discutir o combate às mudanças climáticas.
Escola Família Agroextrativista do Carvão
Escola Família Agroextrativista do Carvão
Gea/Divulgação
Criada há mais de duas décadas, a escola é inspirada no modelo de Escola Família Agrícola (EFA). A EFA busca integrar a educação formal com a realidade do campo, promovendo a educação no campo e a disseminação da cultura local.
Joaquim é filho de Tomé de Souza Belo, o fundador da escola. Ele seguiu o trabalho do pai impulsionando a educação em uma região onde o acesso aos estudos é mais difícil.
A escola imita a realidade dos alunos com a família. Tudo isso para tornar o ensino mais democrático. Na sala de aula eles aprendem a teoria, e na roça eles botam em prática o conhecimento adquirido.
Matérias-primas extraídas da natureza que antes seriam descartadas, agora são usadas como forma de gerar renda para os moradores.
Além disso, uma das conquistas da escola foi o nivelamento da idade dos alunos. Teve época que havia alunos com 20 anos cursando a 6ª série. A instituição atua no regime de internato. Os estudantes “moram” por duas semanas na escola, e depois retornam para casa.
Escola família agroextrativista no AP tem ensino voltado para a vida no campo
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