Pacheco critica falta de lisura nas eleições e diz que Venezuela se afasta da democracia

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), criticou nesta terça-feira, 30, a falta de lisura nas eleições da Venezuela e pediu transparência nos votos. De acordo com Pacheco, a Venezuela se afasta da democracia ao não apontar as atas do Conselho Nacional Eleitoral.

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De acordo com o CNE, Maduro venceu o pleito com 51,4%, enquanto Edmundo Gonzáles, da oposição, teria obtido 44% do eleitorado. O resultado é contestado pelos opositores, que apontam fraude nas urnas.

Pacheco ressaltou não poder ser seletivo na luta pela democracia, em contraste com a opinião do PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chancelou a reeleição de Maduro. Já o petista tem optado pelo silêncio, à espera das atas do CNE.

“Numa democracia, a lisura e a transparência do processo eleitoral que assegure a prevalência da vontade do povo são base essencial e insuperável. O governo da Venezuela se afasta disso ao não demonstrar esses valores com clareza”, declarou.

“A luta pela democracia não nos permite ser seletivos e casuístas. Toda violação a ela deve ser apontada, prevenida e combatida, seja contra quem for”, concluiu Pacheco.

Na segunda-feira, 29, o Itamaraty ressaltou o ‘cenário pacífico’ no pleito venezuelano, mas evitou reconhecer a vitória de Nicolás Maduro. Na avaliação da cúpula do Planalto, é necessário analisar se houve possibilidade de fraude nas urnas.

Países da América Latina, como Argentina e Chile, já colocaram em xeque a credibilidade da eleição. Entram nesta lista também países da União Europeia e os Estados Unidos.

Eleições na Venezuela

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou Nicolás Maduro vencedor das eleições presidenciais depois da meia-noite, com 51,2% dos votos contra 44,2% do opositor Edmundo González Urrutia.

A autoridade eleitoral, controlada pelo chavismo, estimou uma participação de 59% com 80% das atas examinadas, descrevendo a tendência como “irreversível”.

Pouco antes, a oposição denunciou irregularidades na transmissão das atas e a expulsão arbitrária de testemunhas das assembleias de voto. “Estamos observando um número significativo de centros de votação onde estão retirando nossas testemunhas. Outros onde se recusam a transmitir o resultado da ata”, afirmou Delsa Solórzano, representante da oposição junto à CNE. Edmundo González, principal candidato da oposição, enfatizou que “os resultados são inegáveis”.

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