Venezuela: oposição contesta eleição de Maduro e população protesta

Na capital, Caracas, a líder da oposição Maria Corina Machado e o candidato apoiado por ela, Edmundo Gonzalez, comandaram o principal evento em cima de um carro de som. Machado apelou aos manifestantes para que, nas palavras dela, não caiam em provocações e protestem pacificamente.

Pela manhã, era possível ver os vestígios dos protestos dessa segunda. O transporte público em Caracas ficou prejudicado e vários negócios não abriram as portas. 

Ontem, enquanto Nicolás Maduro era proclamado vencedor para um terceiro mandato, com 51% dos votos em uma contagem preliminar, protestos eclodiam em todo país.

Em Caracas, manifestantes queimaram barricadas, bloquearam vias e bateram panelas em vários bairros, acusando Maduro de fraude. A polícia de choque foi mobilizada e houve confronto.

Um grupo tentou marchar em direção ao Palácio de Miraflores, sede do governo, mas foi impedido pela guarda nacional.

Lá dentro, o presidente fazia um pronunciamento. Disse que o governo estava acompanhando atos de violência promovidos pela extrema-direita, com o apoio de forças estrangeiras. Mas que sabia como enfrentar e derrotar os violentos.

Ao menos cinco estátuas do ex-presidente Hugo Chávez, mentor de Maduro, foram derrubadas. Outdoors e cartazes com a foto do presidente venezuelano também foram arrancados. 

O procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, anunciou que até a manhã de hoje, 749 pessoas tinham sido presas e serão processadas por atos de terrorismo. Ele acusou líderes opositores que instigam a população a sair às ruas de incitarem o ódio e de promoverem um chamamento para matar venezuelanos. 

O partido de oposição vontade popular informou que seu coordenador nacional, Freddy Superlano, foi detido. A oposição venezuelana garante que conseguiu reunir os boletins de 73% das urnas da eleição de domingo, que estão sendo disponibilizados em uma página na internet. Somados, os boletins mostrariam a vitória de Edmundo Gonzalez.

O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela informou à Agência Brasil que “o poder eleitoral está atuando”. Ontem, as autoridades haviam prometido divulgar a totalidade dos votos nas próximas horas. E responsabilizaram o atraso por um suposto ataque hacker.

O chefe de direitos humanos das Nações Unidas, Volker Türk, divulgou um comunicado em que se diz extremamente preocupado com o aumento das tensões na Venezuela. O escritório dele registrou manifestações em pelo menos 17 dos 24 estados venezuelanos. Confirmou uma morte e recebeu relatos de crianças entre os presos, de uso desproporcional da força por autoridades de segurança, e de violência por parte de indivíduos armados apoiadores do governo, conhecidos como “coletivos”.

Já o porta-voz da ONU apelou à todos os líderes políticos para que rejeitem a violência, que o direito à manifestação pacífica seja respeitado e repetiu a declaração de ontem, para que seja garantida total transparência na divulgação do resultado da eleição.

 

Members of the Bolivarian National Guard of Venezuela use their shields to clean an avenue after a protest from supporters of Venezuelan opposition following the announcement by the National Electoral Council that Venezuela's President Nicolas Maduro won the presidential election, in Caracas, Venezuela July 29, 2024. REUTERS/Alexandre Meneghini

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Internacional Brasília 30/07/2024 – 19:58 Rádio Nacional / Fran de Paula Pedro Moreira – TV Brasil venezuela Eleições Nicolás Maduro manifestações terça-feira, 30 Julho, 2024 – 19:58 199:00

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