Veja imagens da recuperação da pista do Aeroporto Salgado Filho após enchente


Obras começaram no dia 13 de julho, após limpeza da pista, que ficou 75% inundada durante 23 dias. Principais trabalhos devem ocorrer até outubro, previsão da retomada parcial dos pousos e decolagens. Fresagem da pista do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre
Fraport Brasil/Divulgação
A concessionária Fraport divulgou, nesta sexta-feira (26), imagens da pista do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre. O local está sendo recuperado após ficar 23 dias inundado em maio, durante as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul. Veja mais imagens abaixo.
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Ao todo, a pista de pousos e decolagens do Salgado Filho tem 3,2 mil metros, dos quais 75% foram danificados durante a enchente.
Segundo a empresa alemã que administra o terminal, as obras na pista começaram no dia 13 de julho, após a limpeza e o diagnósticos dos problemas na pista. Os reparos devem ser concluídos em outubro, mês previsto para a retomada parcial de pousos e decolagens no Salgado Filho.
Trabalhos em andamento:
Recuperação de 1,3 mil metros de extensão da pista de pousos e decolagens
Recuperação de 20 mil metros quadrados do Pátio 1, local onde as aeronaves ficam estacionadas, e de áreas de taxiamento
Uma terceira etapa está prevista para começar em outubro, onde não houver a movimentação de aviões. Os reparos serão feitos em outros 1,2 mil metros de extensão da pista e nas demais áreas de taxiamento.
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Problemas na pista
A convite do g1, o engenheiro civil Felipe Brasil Viegas, coordenador do curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), analisou a inundação da pista do Salgado Filho.
Na avaliação de Felipe Brasil Viegas, os problemas começam justamente na localização do aeroporto. A primeira pista de pouso de Porto Alegre começou a funcionar em 1923, em um campo da várzea do Rio Gravataí. Ao longo de mais de cem anos, o espaço e os terminais foram ampliados, transformando o local no que hoje é o Aeroporto Internacional Salgado Filho.
As várzeas são regiões alagadiças, como se observou na enchente de maio. Para o professor Felipe Brasil Viegas, o solo onde foi erguida a pista do Salgado Filho é “ótimo para plantar arroz”.
“O terreno no qual a pista está implantada é um solo muito, muito ruim. É um solo, eu sempre brinco, ótimo para plantar arroz. É um solo orgânico de argila mole, muito deformável. Quando é um solo melhor, rochoso, alteração de rocha, fica mais fácil”, diz o engenheiro.
Segundo o engenheiro, o solo da pista é composto por uma camada de pedra rachão, uma lâmina de concreto e o acabamento em asfalto. Essas camadas juntas medem cerca de 4 metros de altura. De acordo com Felipe Brasil Viegas, o problema atual se refere ao grau do impacto da enchente nas camadas inferiores da pista.
“O problema todo está em entender se o profundo alagamento que houve no Salgado Filho comprometeu as camadas de baixo, ou seja, esses 4 metros de aterro que têm ali. Se isso, de alguma maneira, foi carreado [levado de arrasto pela água], se isso cedeu, se isso deformou. Porque isso vai exigir naturalmente algum reforço”, afirma o engenheiro.
Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, deve retornar com voos em outubro
Check ins liberados
O Aeroporto Salgado Filho reabriu as portas no dia 15 de julho, com a retomada do embarque e desembarque de passageiros no terminal. Após 73 dias fechado devido à enchente, o terminal segue sem operar voos, que foram redirecionados para a Base Aérea de Canoas, na Região Metropolitana.
Os passageiros, no entanto, podem fazer o check in e despachar as malas a partir do aeroporto. O saguão recebeu sinalização para orientar os viajantes até o segundo e terceiro pisos, onde ocorrem a inspeção de segurança e o embarque.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou nesta terça-feira (16) que o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, será parcialmente aberto em outubro e estará em pleno funcionamento até dezembro.
O Salgado Filho fechou no dia 3 de maio em razão das chuvas e cheias que atingiram o Rio Grande do Sul há dois meses. Parte da pista ficou alagada por semanas, e o governo federal, de forma emergencial, autorizou o uso da Base Aérea de Canoas para voos comerciais.
Segundo Costa Filho, a partir de outubro, serão 50 voos diários no terminal de Porto Alegre, com operações de 10h às 22h.
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