BNDES dá impulso a plano do governo Lula para reduzir dependência externa na saúde

Uma das agendas prioritárias do plano industrial do governo Lula, a modernização do complexo de saúde nacional vem sendo impulsionada pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Somente nos primeiros seis meses deste ano, a instituição aprovou cerca de R$ 2 bilhões em crédito às farmacêuticas – um recorde absoluto. O valor está 32% acima da cifra concedida em todo ano de 2023 e é 12% superior à soma do período entre 2019 e 2022, relativo ao governo de Jair Bolsonaro (PL).

Em entrevista à CNN, o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Gordon, menciona a corrida por insumos e vacinas durante a pandemia de Covid-19 ao explicar o foco das diferentes instâncias de governo voltado às farmacêuticas.

“Vimos na pandemia a importância de ter um setor forte, desenvolvendo tecnologias, inovando, aumentando capacidade. Assim, o Brasil fica menos dependente de outros países e poder gerar emprego, renda e medicamentos que vão, por exemplo, abastecer o SUS”, disse.

Uma das seis missões da política industrial do governo, a Nova Indústria Brasil (NIB), é tornar o complexo de saúde resiliente e reduzir vulnerabilidades do SUS.

A meta até 2033 é produzir no país 70% das necessidades nacionais de medicamentos, vacinas e equipamentos médicos. Hoje o Brasil fabrica 42% do que precisa e é obrigado a importar o restante.

A sinalização da gestão federal vêm animando o setor privado. O Grupo FarmaBrasil, que reúne as principais fabricantes do país, indica que deve injetar R$ 16 bilhões no país até 2026 – valor 166% superior ao investido entre 2019 e 2022.

Desta cifra, R$ 7,5 bilhões estarão voltados ao desenvolvimento de medicamentos e R$ 8,5 bilhões à compra de equipamentos e construção de fábricas.

Enquanto o BNDES acelera aprovações de crédito, o Ministério da Saúde, que conta com uma Secretaria voltada ao complexo industrial, se dedica a aperfeiçoar marcos regulatórios para parcerias com o setor privado.

Neste ano, a pasta público novos normativos para os programas de Desenvolvimento e Inovação Local (PDIL) e de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP). Para Gordon, o esforço conjunto pelo setor coloca o Brasil em linha com práticas internacionais.

“A prioridade de Lula não é diferente do que o resto do mundo faz. Nos EUA, por exemplo, o Nature Institute of health, que é o braço americano para setor de saúde, tem orçamento há anos de US$ 20 bilhões para apoiar P&D, e até desloca centros de P&D de instituições europeias para lá”, mencionou.

Este conteúdo foi originalmente publicado em BNDES dá impulso a plano do governo Lula para reduzir dependência externa na saúde no site CNN Brasil.

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