O sétimo dia de julgamento do rapper Sean “Diddy” Combs por extorsão e tráfico sexual aconteceu nesta terça-feira (20) e ouviu, até agora, o depoimento de 10 testemunhas.
Antes de o júri ser dispensado para o almoço, David James, ex-assistente do magnata, descreveu ter testemunhado o veterano da indústria musical usando drogas, falou sobre seu papel em abastecer quartos de hotel para Combs e ter sido submetido a testes de detector de mentiras e uma revista intimidadora.
Regina Ventura, mãe de Cassie Ventura, testemunhou sobre as visitas à filha se tornarem menos frequentes quando ela começou a namorar Combs, “recordando” o suposto abuso da filha tirando fotos de sua condição em uma ocasião e contraindo um empréstimo com garantia imobiliária para pagar a Combs os US$ 20 milhões (cerca de R$ 110 milhões) que ele havia pedido.
Um acompanhante masculino, Sharay Hayes, subiu ao banco das testemunhas antes do intervalo para almoço, descrevendo seu papel em “criar uma cena, uma cena sexy, que foi agradável” com Ventura para Combs.
Depois que Hayes encerrou o almoço, Gerard Gannon, um agente especial da Homeland Security Investigations, prestou depoimento sob interrogatório direto, que será retomado nesta quarta (21) às 10 horas no horário de Brasília.
Confira o que foi dito pelas testemunhas no 7º dia de julgamento
David James, ex-assistente de Diddy
Nunca viu pessoalmente violência: David James, assistente de Sean “Diddy” Combs de 2007 a 2009, durante o início do relacionamento de Combs com Cassie Ventura, testemunhou que não observou pessoalmente violência física entre os dois.
Abastecer quartos de hotel e comprar suprimentos para Combs: James disse que abasteceria e organizaria quartos de hotel para o magnata da música. James testemunhou que foi encarregado de comprar “itens pessoais” como preservativos, óleo de bebê e AstroGlide para Combs, mas foi instruído a não solicitar reembolso à empresa por serem “itens para os quais ele não queria ter um registro”.
Testemunha do suposto uso de drogas por Combs: James testemunhou que viu P. Diddy consumir drogas e dá-las aos amigos. Em algumas ocasiões, James as conseguiu para os amigos de Combs, ele testemunhou.
Submetido a um teste de detector de mentiras e buscas: quando uma das pulseiras Cartier de Combs desapareceu, a segurança revistou os pertences de James, ele disse, e em duas outras ocasiões em que os pertences do rapper desapareceram, o ex-assistente teve que fazer um teste de detector de mentiras, chamando toda a experiência de “muito intimidante”.
Confronto com Suge Knight: a primeira vez que James sentiu que estava em perigo como assistente de Combs foi quando ele foi com o segurança de Combs a uma lanchonete para pegar comida para Combs e a equipe.
Ao chegarem, a dupla encontrou o rival de Combs, Marion “Suge” Knight. Quando James e o segurança retornaram à casa do rapper, o magnata da música ordenou que James o levasse e o segurança de volta à lanchonete para procurar Knight enquanto Combs estava sentado no banco de trás com três armas de mão no colo, testemunhou James.
Quando o grupo voltou para a lanchonete, Knight havia sumido. Logo após o incidente, James deu seu aviso prévio, disse ele, e deixou a empresa de Combs em maio de 2009.
Regina Ventura, mãe de Cassie Ventura
Visitas com a filha: Regina Ventura disse que conheceu Combs em 2006, quando sua filha assinou com a gravadora do magnata, a Bad Boy Records. Quando o casal começou a namorar em Nova York, ela via a filha cerca de três ou quatro vezes por ano, disse ela. Quando Cassie Ventura se mudou para a Califórnia com Combs, essas visitas diminuíram, passando a vê-la mais frequentemente nos feriados.
E-mails sobre ameaça de vídeo de sexo: a mãe de Ventura testemunhou que sua filha enviou um e-mail para ela e para outro funcionário de Combs, usando um pseudônimo, dizendo que o rapper estava ameaçando divulgar vídeos de sexo explícito dela. “Eu não entendi muita coisa”, disse Regina Ventura. “Os vídeos de sexo me deixaram perplexa. Eu não conhecia a outra pessoa, mas sabia que ela tentaria machucar minha filha.”
Medo pela segurança da filha: Na mesma época em que sua filha o contatou sobre a ameaça do vídeo de sexo, Combs entrou em contato com Regina Ventura pedindo US$ 20 milhões (cerca de R$ 110 milhões) para “recuperar o dinheiro” que ele havia gasto com Cassie Ventura, testemunhou Regina Ventura.
O veterano da indústria musical estava irritado porque sua filha agora estava em um relacionamento com Kid Cudi, disse ela. A única maneira de Regina Ventura e seu marido conseguirem o dinheiro foi fazendo um empréstimo com garantia imobiliária, ela testemunhou, e ela transferiu o dinheiro para a conta da Bad Boy, disse ela. Cinco dias depois, o dinheiro foi devolvido à sua conta.
Espancamento “eternizado” em fotos: o júri viu fotos que Regina Ventura tirou da filha em dezembro de 2011, em sua casa em Connecticut, depois que Combs supostamente a agrediu fisicamente para tentar manter as provas, disse Regina Ventura. “Ela estava machucada, e eu queria garantir que isso fosse eternizado”, disse ela.
Sharay Hayes, um acompanhante masculino
Primeiro encontro: Sharay Hayes, agora com 51 anos, testemunhou que conheceu Combs e Ventura em algum momento de 2012, quando trabalhava como dançarino exótico.
Ele disse que primeiro recebeu uma ligação de Ventura, sob um nome diferente, solicitando seus serviços. Quando Hayes chegou, ela lhe disse que “ela e (seu) marido gostavam de criar uma cena sexy” envolvendo a aplicação de óleo de bebê, e que seu marido eventualmente sairia para assistir, testemunhou Hayes.
Durante o encontro, o marido deu “instruções sutis”, testemunhou Hayes. Antes do encontro, ele recebeu US$ 800 e, depois, recebeu mais US$ 1.200. Hayes testemunhou que não sabia que era Combs.
De 8 a 12 interações: eventualmente, em outra ocasião, quando ele se encontrou com o casal em um hotel, havia uma TV dando as boas-vindas ao “Sr. Sean Combs”, testemunhou Hayes. Foi nesse momento que ele percebeu que o marido de Ventura era Combs, disse ele. O acompanhante ainda testemunhou que se juntou ao casal para interações semelhantes de oito a 12 vezes.
Nenhuma sensação de desconforto por parte de Ventura: Sob interrogatório da defesa, Hayes disse que não “recebeu nenhum sinal de desconforto com o que estava acontecendo” de Cassie Ventura, afirmando que, como dançarino exótico, ele sempre observa o ambiente para avaliar o conforto do público. Durante seus encontros com a dupla, ele nunca viu nenhuma filmagem ou violência, disse Hayes.
Dispensado por Combs e Ventura: Hayes testemunhou que nunca usou drogas com o rapper ou com a cantora, embora eles às vezes lhe oferecessem álcool e maconha, mas nunca viu Diddy usar drogas ou parecer embriagado.
O acompanhante tomou medicamentos para ajudar em sua performance, testemunhou, descrevendo o desconforto de uma “cena sexual com a parceira de uma mulher presente”.
A última sessão de Hayes com Ventura e Combs foi em 2016, quando ele não se apresentou e nunca mais foi chamado de volta, disse ele. Antes de sair, Hayes testemunhou que Cassie Ventura o pagou e agradeceu por sua discrição em suas interações.
Gerard Gannon, um agente especial da Homeland Security Investigations
Invasão de 2024 na casa de Combs em Miami Beach: Gannon testemunhou que era o agente especial responsável pela busca na casa de Sean “Diddy” Combs em Miami Beach em março de 2024 e foi designado para sua unidade por estar ligada a uma investigação de tráfico de pessoas. Entre 80 e 90 policiais participaram da busca devido ao tamanho da propriedade, o que exigiu uma equipe de resposta especial para lidar com medidas de segurança, como guardas armados.
Peças de AR-15 encontradas no quarto principal de Combs: O júri viu fotos de itens encontrados dentro do armário do quarto principal de Combs durante a operação. Sapatos de salto alto, brinquedos sexuais, óleo de bebê, lubrificante pessoal, lingerie e “receptores superior e inferior de AR-15”, que são partes da arma, foram todos encontrados, declarou Gannon.
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Este conteúdo foi originalmente publicado em Veja destaques do 7º dia de julgamento de Sean “Diddy” Combs no site CNN Brasil.
