O duplo sonho olímpico de Marta, a rainha do futebol

A rainha do futebol não se cansa de sonhar. Em sua sexta e última participação nos Jogos Olímpicos, Marta quer ampliar seu legado: conquistar sua terceira medalha e se tornar a maior artilheira da competição.

Aos 38 anos, a atacante já deu mostras de que vive um bom momento para alcançar seus objetivos. Fora de campo, exerceu importante liderança para reconstruir a seleção feminina do Brasil.

“Eu a vejo muito motivada, muito alegre, tendo o melhor da Marta mesmo no dia a dia, entregando muito para o grupo”, disse o técnico da seleção brasileira, Arthur Elias, antes do início do torneio olímpico, uma das poucas competições que começaram antes da cerimônia de abertura dos Jogos de Paris.

Na estreia contra a Nigéria, na quinta-feira, em Bordeaux, a dona de seis prêmios de melhor jogadora do mundo fez a assistência para o gol de Gabi Nunes, que deu a vitória ao Brasil por 1 a 0.

Pela seleção, Marta foi medalha de prata nos Jogos de Atenas-2004 e Pequim-2008, e vice-campeã da Copa do Mundo de 2007, na China.

– Caça ao recorde –

Marta esteve muito perto de igualar a atacante Cristiane, que não foi a Paris, como a maior artilheira dos Jogos, tanto no feminino e como no masculino, com 14 gols.

Contra a Nigéria, ela marcou batendo de esquerda depois de aproveitar rebote dentro da área, mas o gol foi anulado por impedimento no início da jogada. Um minuto depois, Marta fez o passe para Gabi Nunes dar a vitória ao Brasil, que com o resultado divide a liderança do Grupo C com a Espanha.

Atualmente, Marta está empatada na artilharia histórica dos Jogos com dois jogadores que já não estão mais em atividade: o falecido atacante dinamarquês Sophus Nielsen e o húngaro Antal Dunai, de 81 anos, todos com 13 gols.

“Foi frustrante [o gol anulado], claro. Mas o importante é que não ficamos lamentando”, disse a capitã.

Marta chegou a Paris em alto nível, como destacaram suas companheiras. Ela própria disse que estes serão seus últimos Jogos Olímpicos, mas ainda não definiu uma data para a aposentadoria da seleção.

– Renovada –

Sob o comando de Arthur Elias, um dos técnicos mais vitoriosos do futebol feminino, a ‘rainha’ mostrou um bom rendimento, depois de perder protagonismo durante a passagem da sueca Pia Sundhage (2019-2023) pela seleção.

Na Copa do Mundo do ano passado, em que o Brasil foi eliminado na fase de grupos, Marta entrou nos minutos finais da vitória por 4 a 0 sobre o Panamá e na derrota por 2 a 1 para a França.

A camisa 10 foi titular apenas no empate sem gols com a Jamaica, que selou a eliminação brasileira.

Marta não fechou as portas para uma participação no Mundial de 2027, que será disputado no Brasil, desde que esteja em condições físicas e técnicas, já que terá 41 anos.

“Ele [Arthur Elias] é muito direto, claro nas ideias. E tem essa ousadia que eu gosto, que acho que é coisa que a gente acabou perdendo nos últimos anos, essa criatividade brasileira de ter um pouco mais de liberdade”, afirmou a jogadora no ano passado.

O ex-técnico do Corinthians não convocou Marta para alguns jogos preparatórios no início do ano. A ideia era que ela fizesse a pré-temporada em seu clube, o Orlando Pride dos Estados Unidos, para que estivesse em forma nos Jogos de Paris.

A aposta parece ter dado resultado, e o Brasil se prepara, com sua capitã renovada, para o segundo desafio na capital francesa, contra o Japão (domingo, no Parque dos Príncipes), no difícil caminho rumo ao pódio.

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