Presidência brasileira nos Brics trabalhará para reforçar “institucionalidade” do grupo

O Brasil assume nesta quarta-feira (1º) a presidência dos Brics. Um dos principais desafios do país à frente do grupo que reúne economias emergentes será desenvolver a institucionalidade de mudanças implementadas recentemente em sua composição, disseram diplomatas à CNN.

O grupo expandiu de cinco para dez membros no ano passado, com o ingresso de Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes. A percepção do Itamaraty é de que esta mudança ainda precisa ser “amadurecida”, com a definição de diretrizes para a rotação da presidência dos Brics e a inclusão destes países em grupos de trabalho, por exemplo.

O governo brasileiro também vê necessidade de que seja trabalhado em sua presidência no grupo o conceito de “membro parceiro” criado na presidência russa. A ideia é desenvolver detalhes “guidelines” desta condição, que não tem poder de veto nem direito a participar de todos os grupos de trabalho.

Durante a Cúpula dos Brics na Rússia, no final de 2024, foi aprovada a entrada de 13 novos integrantes nesta condição: Turquia, Indonésia, Argélia, Belarus, Cuba, Bolívia, Malásia, Uzbequistão, Cazaquistão, Tailândia, Vietnã, Nigéria e Uganda. O processo de ingresso ainda segue em curso.

Segundo a diplomacia brasileira, haverá novos anúncios em breve sobre a adesão de países nestas condições. Estas nações devem participar das reuniões de ministros de Relações Exteriores e da Cúpula de Líderes.

O Brasil também pretende continuar discutindo nos Brics a possibilidade do uso de moedas locais no comércio entre os países e a reforma da governança global. Também serão focos as mudanças climáticas, desenvolvimento sustentável com redução da pobreza e governança sobre a inteligência artificial.

Trabalhos concentrados no primeiro semestre

A CNN mostrou em novembro que a presidência brasileira nos Brics deve ser “curta” e concentrar trabalhos no primeiro semestre de 2025 A ideia do Itamaraty, segundo fontes, é de que este seja um fórum de “transição” entre G20 e COP30 e abra espaço para que a conferência climática seja o foco no segundo semestre.

Durante sua presidência no grupo, o Brasil vai sediar cerca de cem reuniões e pretende que a maior parte delas aconteça até julho. Além da Cúpula de Líderes, estão previstas cerca de vinte cúpulas ministeriais. Os demais encontros reúnem representantes de nível técnico, entre conversas presenciais e remotas.

Apesar de o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, ter pedido formalmente para que a Cúpula de Líderes seja realizada na capital fluminense, ainda não há definição sobre o local do encontro. A maior parte das demais reuniões, incluindo as ministeriais, vão se concentrar em Brasília.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Presidência brasileira nos Brics trabalhará para reforçar “institucionalidade” do grupo no site CNN Brasil.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.