Perfis dos craques brasileiros da Copa de 1958 podem ser encontrados em revistas de época

Para quem gosta de conhecer histórias de jogadores que marcaram época, vale a pena pesquisar as revistas Manchete, Manchete Esportiva e Revista do Rádio, principalmente sobre os dois primeiros títulos mundiais conquistados pela seleção brasileira, em 1958, na Suécia, e 1962, no Chile. Os exemplares das publicações foram digitalizados pela Biblioteca Nacional e podem ser consultados de forma gratuita no portal da instituição. Separei aqui, três reportagens que me chamaram atenção.

Em agosto de 1957, a revista Manchete Esportiva publicou uma matéria com o jovem Pelé. O jogador estava com um turbante e olhava fixamente para uma bola de cristal. O que o futuro lhe reservava? A publicação acertava nas projeções: “Que o moleque criou fama, disso ninguém duvida. De norte a sul do Brasil, já se fala de Pelé, como se fosse ele o único capaz de redimir o futebol indígena, meio capengando de uns tempos para cá”.

A reportagem dizia que Pelé era um garoto de 16 anos que não tinha idade mínima para assinar contrato com um clube de futebol. O pai dele, Dondinho, era o responsável legal. Sobre os estudos, Pelé dizia: “(…) ‘Para falar verdade, não sou lá muito amigo dos livros. Mas o que fazer, se meu pai quer que eu estude?’.” Já a Manchete traz uma nota curiosa sobre Pelé: “O único vício de Pelé é o cinema. Seus olhos se arredondam (ainda mais) quando um Burt Lancaster desfere o soco definitivo no bandido.” Como todo o garoto, Pelé adorava ir ao cinema. 

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Já a Revista do Rádio informa que o capitão brasileiro no título de 1958, Bellini, chegou até mesmo a ser assediado por produtores de cinema: “Bellini em Hollywood. (…) Depois da Copa do Mundo na Suécia, os produtores de Hollywood voltaram-se para os jogadores brasileiros. Acharam que Bellini era um tipo cinematográfico e já enviaram representantes ao Brasil, a fim de tentarem a conquista do craque. Não se sabe se o Vasco da Gama ‘venderá’ o passe’…Por outro lado, Bellini falou a um jornalista: – Acho que meu negócio é mesmo a bola.” Bellini não trocou os estádios pelos estúdios. Era um artista, só que da bola. Sorte do Brasil!

Mazzola, outro craque brasileiro, também foi comparado a um artista. “Mazzola Rock’n goal”, destacava a Manchete Esportiva. “Pinta de James Dean, Mazzola gosta de dança, mas a vida, para ele, tem um ritmo normal. E vem se revelando bem.”

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