Governo brasileiro condena ‘ameaças’ a opositores na Venezuela

SÃO PAULO, 11 JAN (ANSA) – O governo brasileiro divulgou um comunicado neste sábado (11) condenando os recentes episódios de “prisões, ameaças e perseguição a opositores políticos” ocorridos na Venezuela.   

A nota divulgada pelo Palácio do Itamaraty citou que o país “acompanha com grande preocupação” as recentes denúncias de violações de direitos humanos perpetrados pelo regime venezuelano, liderado pelo presidente Nicolás Maduro, principalmente após a contestada e conturbada eleição de julho passado.   

“Embora reconheçamos os gestos de distensão pelo governo Maduro – como a liberação de 1.500 detidos nos últimos meses e a reabertura do Escritório do Alto Comissário de Direitos Humanos das Nações Unidas em Caracas, o governo brasileiro deplora os recentes episódios de prisões, de ameaças e de perseguição a opositores políticos”, diz o comunicado.   

“O Brasil registra que, para a plena vigência de um regime democrático, é fundamental que se garantam a líderes da oposição os direitos elementares de ir e vir e de manifestar-se pacificamente com liberdade e com garantias à sua integridade física”, complementou o Itamaraty.   

O governo brasileiro concluiu que busca convencer “as forças políticas venezuelanas ao diálogo e à busca de entendimento mútuo, com base no respeito pleno aos direitos humanos com vistas a dirimir as controvérsias internas”.   

A ONG venezuelana de direitos humanos Foro Penal informou que 1.697 pessoas foram presas por motivos políticos em Caracas até agora, o maior número desde os anos 2000. O boletim acrescenta que atualmente estão detidos 1.495 homens e 202 mulheres, dos quais 1.694 são adultos e três são adolescentes entre 14 e 17 anos.   

Mesmo após o regime de Maduro não ter mostrado as atas de votação, o líder chavista tomou posse na última sexta-feira (10) para um novo mandato de seis anos à frente do governo.   

Embora não reconheça oficialmente a vitória de Maduro nas eleições presidenciais, o Brasil enviou a embaixadora em Caracas, Glivânia Maria de Oliveira, para a cerimônia de ontem.   

(ANSA).   

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