Zelensky visita Polônia após progresso em disputa da Segunda Guerra Mundial

O presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky visitou Varsóvia na quarta-feira (15), afirmou o gabinete do primeiro-ministro polonês, após o que a Polônia chamou de um avanço em uma disputa histórica sobre exumações de guerra que se manteve entre os aliados.

Embora a Polônia tenha sido um dos maiores apoiadores da Ucrânia desde a invasão da Rússia em 2022, os laços entre os vizinhos foram tensos por gerações pelos assassinatos de Volhynia que ocorreram de 1943 a 1945.

A Polônia comunica que mais de 100 mil poloneses foram mortos nos massacres por nacionalistas ucranianos. Milhares de ucranianos também morreram em assassinatos de represália.

A Polônia há muito tempo exige acesso livre de seus especialistas aos locais onde se acredita que os restos mortais dos mortos foram enterrados, para que eles possam ser exumados para funerais adequados.

O vice-primeiro-ministro Wladyslaw Kosiniak-Kamysz comentou em outubro que a Ucrânia teria que resolver essa questão para ingressar na União Europeia.

Os assassinatos ganharam um significado político adicional este ano, já que o principal candidato da oposição na eleição presidencial da Polônia é o conservador chefe do Instituto Nacional de Lembrança (IPN) Karol Nawrocki, que colocou questões históricas na vanguarda de sua campanha.

Na sexta-feira (10), o primeiro-ministro polonês Donald Tusk saudou um “avanço” nos laços, dizendo que a Ucrânia havia tomado a decisão de permitir que as primeiras exumações de vítimas ocorressem.

Zelensky conversou com Tusk nessa quarta-feira (15) e os dois líderes realizaram uma coletiva de imprensa conjunta.

“O apoio da Polônia é muito importante para nós. Devemos avançar em nossas relações; devemos olhar para frente”, afirmou Zelensky na coletiva.

“Há muitos tópicos (para discutir), incluindo, é claro, exumações”, disse um funcionário do governo polonês à Reuters. “O que nos interessa é a maneira como essas decisões (sobre exumações) são realizadas.”

O diário polonês Rzeczpospolita relatou que o trabalho nas exumações estava programado para começar em abril.

A área onde os massacres ocorreram, que era habitada por poloneses e ucranianos, fazia parte da Polônia na Segunda Guerra Mundial, antes de ser ocupada pela União Soviética.

Em 2013, o parlamento polonês reconheceu o massacre pelo Exército Insurgente Ucraniano (UPA) durante a Segunda Guerra Mundial como “limpeza étnica com as marcas do genocídio”.

A Ucrânia não aceitou essa afirmação e frequentemente se refere aos eventos de Volhynia como parte de um conflito entre a Polônia e a Ucrânia que afetou ambas as nações.

Autoridades em Kiev disseram repetidamente que a Ucrânia está pronta para um “diálogo construtivo” com Varsóvia, falando que o passado dos países não deve colocar em risco sua cooperação.

A Polônia assumiu a presidência rotativa do Conselho da União Europeia este mês, com o reforço da segurança do bloco e o comprometimento com a Ucrânia no topo da agenda, enquanto os líderes olham para a posse de Donald Trump como presidente dos EUA.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, disse este mês que Kiev espera novas iniciativas para ajudar em sua luta contra a Rússia durante a presidência.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Zelensky visita Polônia após progresso em disputa da Segunda Guerra Mundial no site CNN Brasil.

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