Deputado do Psol vai citar ‘Ainda estou aqui’ para disputar Presidência da Câmara

O deputado Pastor Henrique Vieira está debruçado sobre o discurso de dez minutos que terá direito a fazer ao disputar a Presidência da Câmara com Hugo Motta, no próximo dia 1º. O texto vai lembrar a luta democrática mostrada em “Ainda estou aqui” e citar famosos e anônimos que sofreram para construir a resistência à ditadura.

O deputado do PSol sabe que não tem a mínima chance contra o colega do Republicanos. Mas o ponto não é esse. Vieira quer colocar para o futuro presidente da Casa um cardápio de pautas incômodas.

“Obviamente que Hugo Motta é o favorito, tem o apoio de quase todos os partidos. Não tenho nenhuma ilusão quanto a isso”, disse o deputado à coluna. Mas, mais que marcar posição, o deputado quer colocar à mesa três temas que considera prioritários.

Deputado do Psol vai citar ‘Ainda estou aqui’ para disputar Presidência da Câmara

“Queremos que o presidente da Câmara já diga, de antemão, que é contra qualquer tentativa de anistia”, afirmou ele, referindo-se ao movimento entre os parlamentares que busca anistiar os responsáveis pelos atos do 8 de Janeiro. “Vou dizer textualmente que, se eu for presidente da Casa, nenhum projeto desses vai ser colocado em pauta“, avisou. Motta não se pronuncia publicamente sobre essa possibilidade, para não perder votos nem dos governistas nem da oposição.

Outro tema citado pelo deputado do PSol é o que ele chama de “sequestro do orçamento do Poder Executivo”, referindo-se à versão atual do orçamento secreto: “Ele não foi superado, foi remodelado. Operado por meio das emendas de comissão.”

E o terceiro bode na sala é sobre violência política. “Especialmente violência de gênero, de raça. As falas racistas, misóginas, transfóbicas vão ganhando um contorno de naturalidade”, enumerou, apontando que a presidência tem de “zelar pela pluralidade e pelo debate, mas criar freios objetivos”.

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