Otaviano Costa se emociona ao falar de família e relembra strip-tease na Globo

Com 35 anos de história na comunicação, Otaviano Costa, de 51 anos, é um ícone de humor e extroversão na televisão brasileira. Amigo das câmeras para rir e se emocionar, o apresentador mostrou seu lado sensível em entrevista ao IstoÉ Gente Como a Gente — projeto do site IstoÉ que aborda um lado espontâneo de personalidades brasileiras. 

Durante o bate-papo descontraído, Otaviano foi às lágrimas ao relembrar períodos desafiadores em sua vida, como o diagnóstico de aneurisma da aorta que poderia ter encerrado sua vida aos 50 anos. “Eu não estava indo ao encontro da morte, eu estava querendo ir ao encontro da vida”, desabafa o apresentador, ao relatar o medo que sentiu quando adentrou a sala de cirurgia.  

O marido de Flavia Alessandra também falou sobre o bem-estar de seu casamento, que já dura 18 anos, e a relação com as filhas Giulia — filha biológica da atriz com o ator Marcos Paulo — e Olivia. “Virei pai da noite para o dia […] Hoje me considero o pai absoluto dela, um pai presente, um pai que está ali o tempo todo, e eu amo ela como a minha filha de sangue, que é a Olivia”, diz. 

Mostrando seu bom-humor, Otaviano ainda relembrou o episódio no qual fez um strip-tease no palco do “Amor & Sexo”, na Globo, em 2012. “Não sei se eu fui o primeiro [a ficar nu nos Estúdios Globo], se eu fui o único, mas eu tinha certeza que eu estava fazendo algo diferente”, conta. 

Leia a entrevista na íntegra:

IstoÉ Gente: Como foi a transição de sua carreira no vôlei para a comunicação?

Otaviano Costa: Eu era um garoto criativo, lá de Cuiabá (Mato Grosso), cheio de gás, criado na rua. Meu pai e minha mãe sempre deram muita liberdade e eu era esse moleque que ia para a rua, fazia futebol no portão da garagem da casa da minha avó, andava de rolemã, tinha guerra de mamona, era criado na fazenda do meu avô, solto. Tive uma infância maravilhosa.

A minha inspiração principal inicial foi o voleibol. Quando eu entrei na ETF, Escola Técnica Federal de Mato Grosso, o professor Sabino, sabendo da minha vontade de ir para o mundo, falou: ‘Por que você não faz um teste num clube grande?’, e eu falei: ‘Qual é o maior de todos?’ Era o Banespa, em São Paulo. Eu falei, ‘Uai, por que não, ‘sô’?”

Falei com meu pai, coordenamos o teste, vim para São Paulo, passei um final de semana. Entre 500 atletas tinham duas vagas, eu consegui uma. Com 14 para 15 anos migrei para São Paulo e vim começar a minha vida morando sozinho, inicialmente lá embaixo da quadra do ginásio, e depois eu fui para a República dos Atletas, e eu tinha o prazer e a honra de falar que naquele momento eu estava jogando ao lado de atletas da geração de ouro de 1992 em Barcelona, e são meus amigos até hoje.

A atuação já era um plano em sua vida quando você se tornou comunicador?

OC: Minha vida nunca teve plano. Eu morava na rua onde estava a maior rádio do país à época, e eu não sabia disso. Certo dia, esperando um ônibus na esquina da Alameda Santos com a Joaquim Eugênio de Lima, para ir para o clube, eu vejo uma promoção da rádio na marquise. Era a Rádio Jovem Pan. E eu encantado com aquilo, já fazia vozes, fazia imitação, mas eu não sabia que isso era um talento que pudesse ser vocacional.

A metáfora é simples: eu atravessei da calçada do esporte para a calçada da comunicação e nunca mais voltei, porque o ônibus passou, eu perdi. Nunca tinha faltado um treino, faltei ao treino. Quando eu estava na calçada da comunicação, subi ao décimo quarto andar e comecei a imitar na porta da rádio. Eu fazia barulho de milkshake, fazia barulho de carro… Eu queria ser percebido, num desespero, do nada. Isso aconteceu num intervalo de uma hora e meia, entre eu perder o ônibus e estar lutando pelo meu primeiro emprego.

Beto Rivera, Emílio Surita, dois grandes nomes do rádio brasileiro até hoje, estavam lá, me perceberam e falaram: ‘Abre a porta para esse garoto’. Fiz um teste, em uma semana eu estava trabalhando na rádio. Eu não sabia o que queria ser, se eu era radialista, se eu era ator, se eu era comunicador. Foi uma descoberta lapidada na forja do dia a dia.

Ser ator virou logo uma necessidade sequencial. Ganhei a chance de participar da ‘Escolinha do Golias’ e comecei a fazer aquelas esquetes de humor bem popular, e ali eu tive que ser inserido no meio da dramaturgia e preparar para que isso acontecesse de maneira profissional.

Você temeu o preconceito ao participar do ‘Amor & Sexo’?

OC: O ‘Amor & Sexo’ foi uma das coisas mais fantásticas que poderiam ter acontecido no entretenimento televisivo. Tinha a capacidade de falar de assuntos considerados tabus, assuntos espinhosos, assuntos sensíveis, assuntos pouco ditos, da maneira mais interessante possível.

A gente conseguiu colocar na sala da família brasileira assuntos difíceis de serem abordados. Eu testemunhei coisas incríveis naquele palco, que falavam de coisas sérias, como a violência contra a mulher, e momentos lindos de casamentos gays acontecendo de verdade ali, com tabelião no palco. E a gente entendia que não é sobre o que se fala, é como se fala.

A equipe do programa tinha uma capacidade criativa de, por exemplo, me deixar sem roupa — eu fiquei nu nos estúdios do Dr. Roberto Marinho —, mas sem perder a bossa, sem parecer vulgar, sem perder a elegância. Tinha o escracho, mas não era um local feio, tinha os papos que pareciam beirar a vulgaridade, mas não chegavam na vulgaridade. Eu já era aquele cara que tinha a missão de ‘bagunçar o coreto’.

Como foi quando você fez um strip tease no palco?

OC: Eu chegava na gravação de um episódio, entrava no camarim junto com os meninos e era ‘brifado’ sobre o assunto, mas o que ia acontecer exatamente de mecânica no palco, eu não sabia. 

Nesse dia do nudismo, por exemplo, o Ricardo [Waddington, diretor do programa] foi até lá para me ‘brifar’: “Ó, vai ter um momento seu lá, que você vai subir num queijo, vai ter um stripper que vai entrar antes de você. Fica à vontade para ir até onde você quiser”. Isso foi a primeira vez que eu soube que eu ia para o palco, que foi logo na semana da estreia da primeira temporada.

Eu sou fanfarrão, eu sou despudorado. A primeira coisa que eu pedi foi um tapa-sexo, botava uma cueca na frente, só ‘tampava o documento’ bonitinho, e atrás era um fiozão. Aí eu só condicionei uma coisa com o Ricardo: usar óculos escuros.

Quando teve esse episódio, que é conhecido na internet, o Ricardo falou: ‘Se quiser tirar a camisa e parar ali, você para’. Aí foi maravilhoso, porque era uma plateia de umas 300 pessoas, os jurados ‘tomados por Lúcifer’ naquele momento me vendo arrancando a roupa.

Eu comecei a tirar a camisa, com os óculos Rayban, os meninos da coreografia do balé ali, lindos, passando com as plumas para dar aquele disfarce e elegância. De repente eu tirei minha botina Zebu, lá de Cuiabá, mostrei com um sorrisão, e aí o estúdio começou a entrar numa catarse coletiva. Eu tirei a calça, fiquei só com o tapa-sexo, aí eu olhei para todo mundo e de repente eu abaixei [as calças]. Cara, fiquei nu nos estúdios da TV Globo! Não sei se eu fui o primeiro, se eu fui o único, mas eu tinha certeza que eu estava fazendo algo diferente. 

Juntos há 18 anos, você e a Flavia Alessandra já colidiram no âmbito profissional?

OC: Colidir, não. Eu e a Flávia estamos juntos há 18 anos, vamos completar 19 agora em outubro. Desde o início nossa sintonia era muito clara, e eu brinco que não foi amor à primeira vista, foi bom humor à primeira vista, então isso já é uma régua que mede muito a nossa sintonia.

A gente é parecido em muitas coisas que vêm da casa, vêm da família, da estrutura familiar, dos pensamentos. As sintonias foram muito claras no princípio de tudo. Aí quando a gente começou a entender que a gente era artista e morava na mesma casa, que a gente estaria em alguns locais ou fazendo coisas juntos, a gente descobriu também que haviam muitos códigos de semelhanças e também de diferenças. Eu tenho minha personalidade, Flavia tem a dela, a gente se parece mas a gente se difere, e a gente se respeita acima disso.

Mais acima do que respeito é a admiração, porque o que eu construo sozinho como artista, a Flávia tá ali na arquibancada aplaudindo e contribuindo no pensamento e muitas vezes nos aconselhamentos, e vice-versa. Tem 18 anos que a gente faz eventos a rodo, publicidades a rodo, coisas juntas a rodo. E quando a gente sente que tem diferenças, a gente administra muito bem. A gente conversa muito, não dorme em casa sem alinhar nossas diferenças.

No início do casamento, como era sua relação com a Giulia (filha de Flavia Alessandra e Marcos Paulo)?

OC: Lá no início, Flavia queria casar em três meses, quando a gente se conheceu. Falei: ‘Calma, você tem uma menina aí, uma filha que mora sozinha com você numa casa. Eu não posso entrar assim, deixa ela me conhecer, deixa eu levar ela para São Paulo, conhecer um pouco o meu mundo. Deixa a gente se decifrar, criar o código para que essa Giulia, maravilhosa, entenda que não sou um cara que está chegando para roubar o local dela, a mãe dela ou atrapalhar a rotina delas. Ao contrário, estou vindo para colaborar com tudo isso’.

E quando eu menos percebi eu já estava colaborando com o crescimento dela, com os estudos, com o balé, levar para lá e para cá. Casamos em cinco meses e eu não imaginei que seria pai da noite para o dia, mas eu acho que os princípios familiares que vêm da minha família já me deram imediatamente um instinto de paternidade. Mesmo eu não sendo o pai da Giulia, mesmo com o Marcos Paulo em vida estando na rotina dela, nessa função de casas separadas, eu virei pai da noite para o dia.

Eu sabia que eu precisava gerar esse senso de que ela tinha um padrasto que cobrava estudos, mas também iria para a montanha-russa com ela. Eu era o padrasto mais legal do mundo. 

Foi tão fantástica essa conexão, essa relação de padrasto e enteada que se assemelhava a pai e filha, que isso foi ganhando maturidade. Tivemos momentos desafiadores, como todo pai e filha têm. Momentos que a gente conseguiu superar com muito amor, muito entendimento, e hoje tenho também a relação de padrinho dela. Com 11 anos, ela resolveu me escolher como o padrinho dela junto com a tia Keila, que é a irmã da Flavia. Hoje eu me considero o pai absoluto dela, um pai presente. Amo ela como a minha filha de sangue, que é a Olivia, e a mágica de vê-las juntas para mim é que é emocionante. As duas se pertencem, as duas são unidas.

Em 2016, você sofreu represálias de internautas por usar uma palavra pejorativa contra pessoas trans no ‘Vídeo Show’. Você aprendeu algo com isso?

OC: Eu aprendo toda hora, com todo mundo. Quando você faz um programa ao vivo, você está suscetível a escorregadas, e o que está acontecendo nos últimos anos é que a gente está aprendendo muito mais rápido do que numa geração que não tinha internet, por exemplo. 

Na época em que eu estava ao vivo, 10 anos atrás, você errava numa palavra porque era habitual falar errado, aquela palavra não tinha sido ainda ressignificada. O glossário de antigamente parecia normal, e ninguém questionava. Com os ensinamentos que nós, de maneira inter-humana, fomos recodificando e entendendo melhor sobre o outro, a gente foi apurando esse olhar. Faz parte do programa ao vivo. Mas o certo é corrigir, aprender e dar sequência.

Como está a expectativa para um possível retorno do Vídeo Show?

OC: Foi uma conexão muito louca o Vídeo Show na minha vida. Foram 5 anos a bordo, mas em especial aquele ano da Mônica [Iozzi], a gente meio que ‘transgrediu’ o programa, inverteu a polaridade. As pessoas assistiam muito pelo conteúdo, mas também muito naquele momento pelo balcão, né? O que ia acontecer ali, na volta do break, o que os dois iam aprontar? Essa era a pergunta. E teve até um movimento muito legal: o Vídeo Show tinha como característica ir até os estúdios atrás dos atores para entrevistá-los. Aí teve momentos em que os atores começaram a invadir o estúdio nesse fenômeno de querer participar da loucura.

Isso foi marcante em nossa vida. Quando se comenta sobre Vídeo Show, eles comentam muito sobre essa possibilidade de voltar. Ainda não é uma confirmação 100%, eu não posso falar muito porque ainda estou em ‘modo telespectador’. Não teve o momento oficial deste convite, mas eu sei que já me sondaram.

Como apresentador de ‘Ilha da Tentação’, como você lidaria frente a situações de descontrole emocional de participantes como o de Montoya, da versão espanhola?

OC: Quando a gente foi convidado para apresentar ‘Ilha da Tentação’, a gente recebeu um briefing muito interessante sobre um programa como esse, que lida com emoções reais de pessoas reais e situações reais. Não são atores, não tem dramaturgia, não tem cena e não tem encenação.

A gente estava ali tutelando vidas de pessoas que estavam entregando-se a um reality como aquele, colocando em xeque a sua relação com a pessoa que ele ama. Eu preciso também apresentar pensando no formato, naquilo que a gente precisa tirar de melhor. É parte do jogo, e eu sou peça fundamental para que isso aconteça. Então eu não vou dizer que eu era inocente ao ponto de não provocar algumas situações mentais. Se o cara quer beijar fulana, se quer dormir com ciclana, não é uma decisão minha, é dele. Nós tivemos um caso desse lá dentro, com o Cordeiro, que lembra um pouco do Montoya. Não foi a nível do Montoya, mas nos preocupou muito.

A primeira reação ao ver uma coisa como essa do Montoya ou do Cordeiro é de… ‘It’s fucking real’, sabe? É de verdade esse negócio aqui. Vamos organizar a casa. Aí você deixa o entretenimento de lado, deixa o formato de lado e fica atento a eles, às pessoas. É lógico que, em termos de narrativa, é um prato cheio para a edição. Quando eu vi o Montoya, eu lembrei muito desse episódio. É sensível, é cuidadoso, temos que ficar atentos, mas, por um lado, você fala: ‘Eita, fogo no parquinho’.

Quando você deixou a Globo em 2019, antes do fim de seu contrato, você sentiu medo?

OC: Total. Onde não tem medo, eu falo assim: ‘Tem alguma coisa errada’. Não é ver com um olhar negativo, mas é desconfiar no sentido de produzir uma proteção ou criar uma estratégia.

E eu tenho até uma frase que é meio motivacional, mas que faz uma parte muito real da transformação dos meus sonhos em realidade, que é: ‘Se teus sonhos não te assustam, é porque talvez você não esteja sonhando grande demais’. Ou seja, se assustar é medo. 

Qual foi a sua motivação para deixar a maior emissora do Brasil?

OC: Me transformar. Eu estava num momento de muita inquietude profissional, vocacional, precisava sair para passar por um processo camaleônico de transformação pessoal/profissional e que me abriu o universo empreendedor de maneira ainda mais potente, mas não excluiu em nada a presença da TV em minha vida.

Eu construí meu estúdio, minha agência. Até para revisitar a gestão da minha carreira foi fundamental que eu saísse de lá. Eu ainda estava num modelo de gestão artística que tinha um empresário, querido colega, que era meu líder de pelotão. Ele quem apontava junto com a gente o norte de nossa carreira. Mas há um momento em que você se aproxima dos seus 50 anos, em que eu sentia a necessidade de ser muito mais dono dos meus ‘sins’ e ‘nãos’.

Quais mudanças o diagnóstico de aneurisma da aorta trouxe para sua vida?

OC: Quando eu descobri que eu estava com algo muito sensível, em 30 dias minha vida virou de cabeça para baixo, porque eu precisava tomar uma decisão. Ficar andando com aquilo dentro de mim era muito perigoso. Qualquer coisa poderia romper o que estava aqui dentro, e poderia ser irreversível. Aquilo me assustou muito, assustou a Flávia, a família inteira. Eu tentei ao máximo transformar isso num ciclo menor de informação para que a gente pudesse dominar e administrar bem isso, até porque eu queria chegar à cirurgia o menos impactado possível.

Eu não estava indo ao encontro da morte, eu estava querendo ir ao encontro da vida. Eu não queria que isso saísse do nosso foro íntimo e privado, da família, para que não chegassem notícias ou mensagens que se assemelhassem a um pré-velório. Ao contrário, eu precisava de uma positividade. Mas não foi nada fácil. Em nome das meninas, em nome da Flávia, claro, em meu nome, eu tomei a decisão de fazer a cirurgia. Eu tinha certeza que eu estava com os melhores médicos possíveis. Tinha tirado o medo da minha cabeça.

Cheguei no hospital dia 8 de julho [de 2024], dia 9 fizemos pré-cirúrgico, dia 10, cirurgia. No dia da cirurgia, foi uma choradeira. Vi meu pai chorando, minha mãe chorando, Flavia, obviamente, aos prantos, e minhas meninas também. Lembro que abracei fortemente minhas filhas, entrei na maca e fui embora com a Flavia me acompanhando até a porta da sala de cirurgia. E aí não há o que ser feito. É adeus ou é até logo? Graças a Deus foi um ‘até logo’, mas quando eu cheguei na sala de cirurgia, parecia um adeus.

E começou a minha vida, comecei a dar meus primeiros pequenos passos apoiado pelos enfermeiros. Um pequeno passo para o homem, mas um grande passo para a humildade. Você fica humilde, bastante realizado sobre o status que você está vivendo naquele momento. Mas em poucos dias, poucos momentos depois, eu já estava de volta à minha voltagem.

Quando eu recebi a notícia da alta, falei: ‘Agora é a hora de contar o que está acontecendo’. E foi um impacto gigantesco, milhões e milhões de visualizações, repercussão, um transbordo de amor e carinho. Aí começa uma segunda etapa de um momento ainda mais lindo: muitas pessoas, que diante do meu alerta, resolveram se cuidar, foram fazer um check-up. Pessoas que viveram o que eu vivi começaram a ter em mim uma fonte de inspiração.

Por que se tornar sócio de uma escola de comunicação e oratória?

OC: Eu sou artista acima de tudo, sou um comunicador acima de tudo. Ser empreendedor é algo que é nato na minha família e também está no meu sangue. Sou bisneto de libanês, então o ‘habibzinho’ aqui gosta de fazer negócios. Desde que eu me entendi nesse local, como alguém que gosta de fazer negócios de maneira diversa, a comunicação sempre esteve no meu radar.

Tentei fazer um curso online, mas eu entendi que o digital só pelo digital não era suficiente. E foi quando eu descobri essa rede de escolas físicas que segue o mesmo modelo de uma escola de idiomas, com franquias e mais franquias esperadas por todo o Brasil, com comunicação e oratória sendo tratadas como português e matemática, com um método, com aulas práticas, com exercícios, teorias, e a metodologia pensada. A minha vida até hoje foi transitando por grandes faculdades — da vida real, faculdades da prática — e eu falei: ‘Preciso um dia compartilhar esse conhecimento’.

Com certeza encontrei o local certo para poder despejar tudo isso e, claro, fazer bons negócios com educação.

Se pudesse, você faria algo diferente em sua vida?

OC: Nada, nada, nada. Tudo que eu errei, eu aprendi. Tudo que eu acertei, eu celebrei. Eu entendi que esses erros foram ao meu favor. Eu não mudaria nada. A cirurgia, por exemplo: se eu tivesse que enfrentar novamente agora, eu reviveria tudo novamente, porque as cicatrizes que eu carrego aqui são outras, assim como outras cicatrizes da minha vida são lembranças de vitórias e conquistas, mesmo que tenham sido baseadas em erros.

Não tenho nenhuma frustração, não tenho nenhum sonho incompleto ou não realizado. Ao contrário: estou com 51 anos, com um espírito inquieto, renovado, preparado para próximos não sei quantos, cheio de vontades. Então que a vida seja generosa como sempre foi para mim, abençoada como sempre foi, e produtiva para que eu possa continuar criando meu ciclo de erros, aprendizados e celebrações.

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