Presos se recusam a voltar às celas após banho de sol e provocam motim na Penitenciária de Marabá Paulista


Grupo de Intervenções Rápidas (GIR), da SAP-SP, foi acionado e controlou a situação. Penitenciária “João Augustinho Panucci”, de Marabá Paulista (SP)
Reprodução/TV Fronteira
Presos que cumprem pena na Penitenciária “João Augustinho Panucci”, em Marabá Paulista (SP), se recusaram a retornar às celas após o banho de sol, provocaram um motim na unidade e tiveram de ser contidos pelo Grupo de Intervenções Rápidas (GIR).
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Segundo informações do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp), a rebelião teve o envolvimento de quase 80 detentos na terça-feira (11).
Ainda de acordo com o Sifuspesp, a insurreição começou durante o procedimento conhecido como “tranca”, ou seja, quando os presos retornam do banho de sol, às 9h45.
Enquanto sete presos seguravam a porta de uma das celas para impedir o fechamento, cerca de 70 envolvidos estavam no pátio do presídio e colocaram fogo em colchões para fazer uma barricada, isto é, uma estrutura de bloqueio, na gaiola de acesso.
Cerca de 40 minutos após o início da rebelião, o GIR, da Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo (SAP-SP), esteve no local para apoiar os funcionários da unidade no enfrentamento da situação.
Os profissionais controlaram a revolta e isolaram os presos que se recusaram a seguir ordens. A ala 8 da penitenciária foi destruída e, por isso, outros detentos do presídio tiveram de ser remanejados.
A operação durou até as 23h da última terça-feira, conforme o sindicato. Não houve policiais ou presos feridos e, ao todo, 77 envolvidos na rebelião foram transferidos de Marabá Paulista para a Penitenciária “Tacyan Menezes de Lucena”, em Martinópolis (SP).
Superlotação
Ainda de acordo com informações do Sifuspesp, com base em relatos de policiais que atuam na unidade de Marabá Paulista, a penitenciária opera com déficit de profissionais.
Segundo o sindicato, o sistema no local cumpre rigorosamente a lei federal nº 7.210/1984, conhecida como Lei de Execuções Penais (LEP), tanto na garantia dos direitos dos presos como na rigidez disciplinar. Além disso, as condições do presídio foram consideradas boas nas últimas inspeções do Poder Judiciário, o que dispara um alerta quanto ao motivo da rebelião.
Conforme o Sifuspesp, a última inspeção do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), realizada em 5 de fevereiro de 2025, revelou que a unidade de Marabá Paulista tem 170 policiais penais para 1.005 presos. Isso significa que há, em média, 5,9 presos por policial, enquanto a recomendação mínima é de cinco presos para cada agente penitenciário.
Outro lado
A reportagem do g1 solicitou um posicionamento oficial da SAP-SP em relação ao motim ocorrido na Penitenciária de Marabá Paulista.
Confira na íntegra:
“A Secretaria da Administração Penitenciária informa que, na tarde de anteontem, 11, o Grupo de Intervenção Rápida (GIR) foi acionado para intervir na Penitenciária de Marabá Paulista, após um grupo de detentos se recusar a retornar às celas e atear fogo em colchões, causando danos materiais pontuais. A situação foi prontamente controlada pela equipe de Policiais Penais, garantindo a segurança e a ordem.
Os presos envolvidos no incidente serão transferidos para outras unidades da região. A Penitenciária de Marabá Paulista segue operando dentro dos padrões de segurança e disciplina.
A unidade opera com população de 26% acima da capacidade, dentro do limite permitido pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPC), de até 37,5% de sobrepopulação carcerária.
No Estado, estão previstas as entregas de mais dois novos presídios ainda neste ano, gerando mais 1.646 vagas. Também está previsto novo concurso para contratação de 1.100 novos Policiais Penais.
A Secretaria da Administração Penitenciária reitera seu compromisso com a manutenção da ordem e segurança nas unidades prisionais”.
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