Dois líderes guerrilheiros e negociadores de paz detidos na Colômbia

Dois líderes guerrilheiros e negociadores de paz de diferentes facções dissidentes das Farc foram detidos visando a extradição, confirmaram as autoridades da Colômbia na quinta-feira (13).

Willinton Henao, conhecido como Mocho Olmedo, negociador de paz e integrante da Frente 33, uma dissidência das Farc que opera na fronteira com a Venezuela, “foi detido em virtude de uma ordem de captura com fins de extradição para os Estados Unidos”, informou um porta-voz do Ministério Público da Colômbia à AFP.

Desde janeiro, a Frente 33 mantém intensos confrontos intensos com o Exército de Libertação Nacional (ELN) na região do Catatumbo, na fronteira com a Venezuela, onde a maior crise de violência em uma década na Colômbia deixou 57 mortos confirmados e mais de 50.000 deslocados. Henao “se apresentou voluntariamente” às autoridades, segundo o MP.

A detenção ocorreu um dia depois da prisão de Andrés Rojas, conhecido como ‘Araña’, líder guerrilheiro e negociador de paz de outra dissidência das Farc. Ele participava em um encontro com representantes do presidente Gustavo Petro em um hotel de Bogotá quando agentes do órgão investigativo o prenderam.

Rojas é líder dos ‘Comandos de Frontera’, dedicado ao tráfico de drogas e outros crimes em departamentos próximos ao Equador.

O MP confirmou na rede X que “ele estaria envolvido no possível envio recente de cocaína para os Estados Unidos” e que é solicitado em extradição por um tribunal do Distrito Sul da Califórnia “por acusações relacionadas a tráfico de entorpecentes”.

O conselheiro presidencial de paz, Otty Patiño, chamou a operação de “armadilha” contra as negociações, já que a procuradora-geral havia suspendido as ordens de prisão contra ele no ano passado para que fizesse parte do processo de paz.

Esta facção respondia às ordens de Iván Márquez, o ex-número dois das Farc que assinou o acordo de paz em 2016, mas anos depois voltou a se armar, alegando descumprimento do pacto.

O presidente Petro iniciou negociações com seus delegados em meados de 2024 em Caracas. Presume-se que Márquez tenha se afastado, mas alguns de seus delegados, como “Araña”, permaneceram nas negociações e se autodenominaram “Coordenadoria Nacional do Exército Bolivariano”.

No ano passado, o Equador incluiu “Araña” em uma lista de “alvos militares” de suas forças armadas.

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