Mais de 1,4 mil alunos de escolas do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro, estão sem aulas desde o início da semana, devido a uma operação policial que já dura seis dias.
Além da paralisação das aulas, uma clínica da família teve as atividades suspensas. Durante a ação, realizada pela Polícia Civil, em conjunto com a Polícia Militar e a Secretaria Municipal de Ordem Pública, estão sendo demolidos imóveis irregulares que, de acordo com a Polícia Civil, foram construídos por uma organização criminosa.
Ainda segundo a Polícia Civil, as investigações apontam que os imóveis foram construídos para lavagem de dinheiro acumulado pelo tráfico de drogas. A estratégia incluiria colocar pelo menos uma pessoa em cada unidade habitacional para fingir que são moradores e dificultar as demolições.
Mas a população do local critica a medida.
Caitano Silva, da Associação de Moradores do Complexo da Maré, conta que diversos direitos estão sendo violados durante a operação.
“As pessoas nunca foram avisadas das demolições. Eles invadem as casas sem mandado judicial. Em muitos casos, subtraem pertences dos moradores, dinheiro, celulares, perfumes, coisas que eles encontram, caso o morador não esteja dentro de sua residência. Muitas das vezes eles quebram, bagunçam o interior da casa do morador e vão embora”.
Ele também fala sobre o prejuízo causado aos serviços da comunidade.
“Sem aulas, sem atendimento médico, sem creche, e o comércios funcionam de forma irregular”.
Em nota, a Secretaria Municipal de Ordem Pública disse que foram feitas apreensões em um apartamento de luxo de um dos prédios que está sendo demolido. E que ninguém se identificou como dona do material levado pela polícia para o depósito municipal, de onde pode ser retirado pelo proprietário, que precisa apresentar o comprovante de compra.
Já a Polícia Militar informou que o efetivo da corporação é instruído a atuar de maneira técnica e dentro do previsto na legislação vigente. E que não compactua com possíveis desvios de conduta ou abuso de autoridade que venham a ser cometidos por integrantes da corporação, com apuração e punição aos envolvidos, se forem constatadas ilegalidades.
A Polícia Civil foi procurada, mas não respondeu até o fechamento da reportagem.
Geral Rio de Janeiro 22/08/2024 – 19:32 Roberto Piza / Fran de Paula Carolina Pessoa – repórter da Rádio Nacional Operação Policial escolas fechadas organizações criminosas quinta-feira, 22 Agosto, 2024 – 19:32 140:00