Líderes ocidentais visitam Kiev nos 3 anos de guerra

KIEV, 24 FEV (ANSA) – Diversos líderes ocidentais viajaram a Kiev nesta segunda-feira (24) para reforçar a solidariedade à Ucrânia no dia do terceiro aniversário do início da invasão em larga escala promovida pela Rússia.   

A presidente da Comissão Europeia (poder Executivo da União Europeia), Ursula von der Leyen, chegou à capital ucraniana de trem, ao lado do mandatário do Conselho Europeu (órgão que reúne os chefes de governo do bloco), António Costa, em meio a um alerta antiaéreo em nível nacional contra possíveis ataques russos.   

“Estamos em Kiev hoje porque a Ucrânia é a Europa. Nesta luta pela sobrevivência, não é apenas o destino da Ucrânia que está em jogo, mas o de toda a Europa”, escreveu Von der Leyen nas redes sociais.   

Em discurso na capital, a líder europeia também alertou que o “investimento na soberania ucraniana é um investimento na prevenção de guerras futuras”. “O objetivo de Putin continua sendo a rendição da Ucrânia, e sabemos o que poderia acontecer depois. Autocratas do mundo todo observam com grande atenção se haverá impunidade neste caso”, acrescentou.   

Durante a visita, Von der Leyen ainda anunciou que o país receberá em março uma nova parcela de 3,5 bilhões de euros (R$ 21 bilhões) do empréstimo de 35 bilhões (R$ 210 bilhões) financiado com os lucros de ativos russos congelados pela UE.   

Além disso, os ministros das Relações Exteriores do bloco aprovaram o 16º pacote de sanções contra a Rússia desde o início da guerra, que atinge 48 indivíduos e 35 empresas. Entre os alvos estão a frota naval utilizada por Moscou para exportar petróleo clandestinamente, bem como uma bolsa de criptomoedas, a Garantex, e fabricantes de equipamentos militares.   

Também marcaram presença em Kiev nesta segunda-feira os primeiros-ministros do Canadá, Justin Trudeau, e da Espanha, Pedro Sánchez, além de premiês ou presidentes de outros países europeus, como Dinamarca, Estônia, Finlândia, Islândia, Letônia, Lituânia, Noruega e Suécia.   

“Terceiro aniversário do início da invasão russa em larga escala. Três anos de absoluto heroísmo de nosso povo. Memória eterna de todos aqueles que se levantaram em defesa de nosso país e nosso povo, dando suas vidas para que a Ucrânia possa viver”, escreveu o presidente Volodymyr Zelensky nas redes sociais.   

A demonstração de solidariedade chega na esteira da deriva pró-Rússia do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que definiu Zelensky como “ditador” e o culpou pelo conflito no leste europeu.   

Desde que reassumiu a Casa Branca, o republicano tem pressionado Kiev a capitular diante de Moscou, inclusive com a renúncia aos territórios conquistados pelas tropas russas, e a pagar de volta a ajuda financeira recebida dos EUA nos últimos três anos, por meio do acesso privilegiado para americanos às terras raras do país.   

Sob determinação de Trump, os Estados Unidos abriram negociações diretas com a Rússia, sem convidar a Ucrânia nem a Europa. (ANSA).   

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