Europeus eram majoritariamente escuros até 3 mil anos atrás

MILÃO, 25 FEV (ANSA) – Os antigos europeus tinham majoritariamente pele escura até 3 mil anos atrás, por mais tempo do que o estimado inicialmente, de acordo com um estudo realizado pela Universidade de Ferrara, na Itália.   

A pesquisa reconstruiu a evolução da pigmentação da pele, dos olhos e dos cabelos das populações da Europa nos últimos 45 mil anos e foi compartilhada na plataforma bioRxiv, onde aguarda a revisão por pares.   

Os cientistas, liderados por Silvia Perretti, professora do Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Ferrara, combinaram a análise do DNA antigo de 348 indivíduos euroasiáticos com métodos probabilísticos. Os resultados indicaram que, no Paleolítico (até 13 mil anos a.C.), quase todos os indivíduos tinham a pele escura.   

Sucessivamente, no período Mesolítico (de 13 mil a 9 mil anos a.C.), os olhos claros começaram a se difundir, sobretudo no norte e no oeste da Europa, ainda que cabelos e pele escuros continuassem predominantes.   

A pele clara teria aparecido pela primeira vez na Suécia e, durante muito tempo, foi um traço raro. No Neolítico (de 10 mil a 3 mil anos a.C.), a diversidade da pigmentação aumentou, paralelamente à migração de indivíduos anatólios (na atual Turquia) para a Europa.   

Os tons de pele mais claros se tornaram cada vez mais comuns, porém os fenótipos escuros ainda eram maioria na Idade do Bronze, entre 7 mil e 3 mil anos atrás. Naquela era, de 22 amostras de DNA analisada para o tom da pele, 22 eram de indivíduos de cor escura, enquanto 15 eram “intermediários”.   

“A mudança para pigmentações mais claras revelou-se tudo menos linear ao longo do tempo e do espaço e mais lenta do que o esperado, com metade dos indivíduos apresentando cores de pele escuras ou intermediárias até a Era do Ferro [que sucedeu a Era do Bronze]”, diz o estudo.   

“Em áreas com menor radiação ultravioleta, os alelos de pigmentação clara aumentaram em frequência devido à sua vantagem adaptativa e a outros fatores contingentes, como migração”, explica. (ANSA).   

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