Líder supremo do Irã considera ‘imprudentes’ as ameaças de ações militares dos EUA

O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, disse nesta quarta-feira (12) que as ameaças dos Estados Unidos são “imprudentes”, depois que o presidente americano, Donald Trump, enviou uma carta exigindo negociações e alertando sobre uma possível ação militar se Teerã se recusar.

“Os Estados Unidos ameaçam com militarismo. Na minha opinião, essa ameaça é imprudente”, disse Khamenei durante um encontro com estudantes. “O Irã é capaz de contra-atacar e, claro, revidará”, disse ele.

Enquanto isso, a mídia local iraniana informou que o chanceler, Abbas Araghchi, recebeu a carta de Trump, entregue por um alto diplomata dos Emirados, Anwar Gargash.

Khamenei, que indicou que ainda não havia recebido a carta, alegou que o convite para negociações tinha a intenção de “decepcionar a opinião pública mundial”, apresentando os Estados Unidos como dispostos a negociar e o Irã como não disposto a fazê-lo.

“Nós nos sentamos e negociamos por vários anos, essa mesma pessoa pegou da mesa o acordo que havia sido concluído, finalizado e assinado e o rasgou”, acrescentou ele, referindo-se ao acordo internacional sobre o programa nuclear do Irã alcançado em 2015, do qual Trump retirou unilateralmente os Estados Unidos durante seu primeiro mandato, que terminou em 2021.

Desde que retornou à Casa Branca em janeiro, Trump pediu um novo acordo sobre o programa nuclear com Teerã, seguindo uma política de “pressão máxima” baseada em sanções, acusando o Irã de buscar desenvolver armas nucleares.

Teerã nega essas acusações.

O Irã descartou se envolver em negociações diretas enquanto as sanções permanecerem em vigor. Nesta quarta-feira, Khamenei insistiu que o diálogo com os Estados Unidos “não suspenderá as sanções […] e provavelmente as tornará mais duras”.

“Em relação às armas nucleares”, os Estados Unidos disseram que não permitirão que “o Irã as obtenha. Se quiséssemos desenvolver armas nucleares, os Estados Unidos não seriam capazes de nos impedir”, observou.

“O fato de não termos armas nucleares e de não estarmos buscando armas nucleares é porque nós mesmos não as queremos”, enfatizou.

Khamenei, que tem a palavra final nos assuntos de Estado, declarou que o Irã “não busca a guerra, mas se alguém agir, a nossa resposta será decisiva e certeira”.

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