Suspeito, investigado e réu: entenda etapas de um julgamento no Brasil

As etapas de um julgamento no Brasil variam de acordo com a complexidade do caso e o tipo de crime — se comum ou de competência do júri — mas geralmente seguem a fase pré-processual, processual e, se for o caso, de execução.

A primeira, conduzida pela polícia, inicia-se com a notícia do crime, prossegue com a coleta de provas e, se houver indícios suficientes, culmina no indiciamento do suspeito. Em caso de acolhimento das provas, o processo segue com a instrução probatória, alegações finais e, finalmente, a sentença. Em casos de crimes dolosos contra a vida, o julgamento é realizado pelo Tribunal do Júri. 

Acordos entre as partes, como a transação penal, podem encerrar o processo antes da sentença. A complexidade e duração do julgamento variam conforme o crime e as circunstâncias do caso.

Para entender melhor as etapas de um julgamento no Brasil, antes de tudo, é preciso esclarecer a diferença entre suspeitoinvestigadoindiciadodenunciado e réu.

Entenda termos

No início de uma investigação, a polícia trabalha com suspeitos, pessoas que podem ter alguma conexão com o crime, mas sem provas concretas.

Com o avanço das investigações, o suspeito passa a ser considerado investigado, a partir do momento em que a polícia formaliza a investigação e inicia os procedimentos legais cabíveis para apurar os fatos, com base em um inquérito policial instaurado pela autoridade policial.

indiciamento ocorre quando a investigação policial aponta indícios da participação do investigado no crime. Essa formalização, feita pelo delegado de polícia, se baseia em evidências como depoimentos, perícias, escutas telefônicas e outros elementos coletados.

indiciado ainda não é um réu, mas se torna o principal alvo das investigações, tendo contra ele imputado indícios de autoria e materialidade de um crime. O indiciamento é ato privativo da autoridade policial, não podendo o Ministério Público realizar tal ato processual.

Após a conclusão do inquérito policial, a autoridade policial encaminha um relatório final ao Ministério Público, que avalia as provas colhidas. Se o promotor/procurador de Justiça encontrar provas suficientes, apresenta uma denúncia à Justiça contra o indiciado, que, a partir desse momento, passa a ser chamado de denunciado.

Com a denúncia aceita pelo juiz, o denunciado torna-se réu e começa a responder a um processo judicial. Nessa fase, são garantidos seus direitos constitucionais, especialmente o direito à ampla defesa e ao contraditório.

O processo penal brasileiro garante que o réu possa se defender das acusações, com a possibilidade de diversos recursos, assegurando um julgamento justo. A partir daí, inicia-se a fase processual, com a instrução probatória, debates orais e por fim a sentença, que absolverá ou condenará o réu.

Após o processo judicial, o réu pode ser absolvido, caso não sejam comprovadas as acusações, ou condenado. A condenação pode implicar em pena privativa de liberdade (prisão) ou restritiva de direitos (prestação de serviços comunitários, multa, etc.), conforme previsto no Código Penal.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Suspeito, investigado e réu: entenda etapas de um julgamento no Brasil no site CNN Brasil.

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