“Ainda Estou Aqui”: carro de filme vencedor do Oscar vai a leilão

O Brasil conquistou seu primeiro Oscar com o filme “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, em cerimônia realizada em Los Angeles no início de março. Um dos destaques da obra que ganhou o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro, é um carro antigo raro, o Opel Kadett, que agora vai a leilão.

O Opel Kadett B 1968, utilizado nas filmagens será leiloado no Encontro de Carros Antigos de Águas de Lindoia (SP), em Junho. O modelo clássico terá lance mínimo estimado em R$ 200 mil.

O veículo pertence ao empresário Fábio Costa Martins, dono da empresa Veículos de Cena, especializada no aluguel de carros para filmes e videoclipes.

“É extremamente gratificante ter feito parte disso, é algo histórico para o nosso país e fico muito feliz de fazer parte dessa história. Já pudemos colaborar em diversos projetos, mas esse foi muito especial e abre muitas portas para novos filmes”, comemora Martins.

O modelo raro é citado no livro “Ainda Estou Aqui”, de Marcelo Rubens Paiva, que inspirou o filme. Uma das cenas mais impactantes, em que o deputado é levado por militares durante a Ditadura Militar, tem como destaque o veículo na cor vermelha.


Fernanda Torres no filme 'Ainda Estou Aqui' com um Opel Kadett L 1968
Fernanda Torres no filme ‘Ainda Estou Aqui’ com um Opel Kadett L 1968 • Divulgação

Originalmente amarelo, o Kadett foi restaurado e pintado de vermelho para se adequar ao filme dirigido por Walter Salles. O veículo ficou sete meses com a equipe de produção e chamou a atenção até mesmo do diretor, que demonstrou interesse em adquiri-lo.

História do modelo

O Opel Kadett tem uma longa trajetória no mercado automotivo. Sua primeira geração surgiu na Alemanha em 1936, como um carro acessível e funcional. Com o início da Segunda Guerra Mundial, a produção foi interrompida e só foi retomada anos depois.

A versão de 1968, como a utilizada no filme, foi um sucesso na Europa, mas chegou ao Brasil apenas em pequenas quantidades, importadas de forma independente, e faz parte da terceira geração do Kadett, produzida entre 1965 e 1973 pela Opel, então pertencente à General Motors.

O carro utilizado no longa possui carroceria cupê, com detalhes cromados e um interior refinado. Ele é equipado com motor 1.1 de quatro cilindros, capaz de gerar 60 cv de potência, acoplado a um câmbio manual de quatro marchas.

A escolha desse modelo não foi apenas estética: a família de Rubens Paiva realmente possuía um Kadett semelhante, o que reforça a fidelidade da produção à história.


Chevrolet Kadett: hatch foi aposta da marca no Brasil no final dos anos 80
Chevrolet Kadett: hatch foi aposta da marca no Brasil no final dos anos 80 • Divulgação

Nos anos 1980, a GM começou a trazer projetos da Opel para o Brasil sob a marca Chevrolet. Em 1989, foi lançado o Chevrolet Kadett, baseado na sexta geração do modelo europeu.

A perua Ipanema e o sedã Omega seguiram o mesmo caminho. O Kadett nacional saiu de linha em 1998, sendo substituído pelo Astra.

Atualmente, a Opel pertence ao grupo Stellantis, enquanto o Kadett continua sendo um clássico admirado por colecionadores e entusiastas da cultura automotiva.

Veja também: “Ainda Estou Aqui” leva Oscar de Melhor Filme Internacional

Este conteúdo foi originalmente publicado em “Ainda Estou Aqui”: carro de filme vencedor do Oscar vai a leilão no site CNN Brasil.

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