Novo Código Eleitoral uniformiza regras sobre inelegibilidade, diz relator

O relator do projeto do novo Código Eleitoral, senador Marcelo Castro (MDB-PI), afirmou nesta terça-feira (1°) que a proposta “uniformiza” as regras sobre a inelegibilidade no país. Em entrevista à CNN, ele negou que as mudanças representem um “retrocesso” na legislação eleitoral.

“Não é um retrocesso, quando se uniformiza e se coloca regras claras e transparentes, pelo contrário, toda a sociedade ganha […] Todos ganham quando a lei é clara e não dá margem para interpretações variadas”, disse.

Castro deve ler o seu parecer na próxima reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), nesta quarta-feira (2). Ele apresentou, na semana passada, a quarta versão do seu relatório, que tem mais de 600 páginas. A intenção da proposta é consolidar, em uma única norma, a legislação eleitoral e partidária do país.

Segundo o senador, o texto prevê que os condenados por crimes eleitorais deverão ficar duas eleições consecutivas sem poder se candidatar. Já se a condenação não tiver relação com questões eleitorais, o período de inelegibilidade contaria a partir de 1° de janeiro do ano subsequente à decisão, com duração máxima de 8 anos.

O texto trata, entre outros pontos, sobre regras para partidos políticos e federações; a atuação dos tribunais regionais eleitorais e dos juízes eleitorais; o sistema eleitoral; a propaganda política; e os crimes eleitorais, inclusive a divulgação de “fake news”.

Depois de passar na CCJ, o texto ainda precisa ser votado no plenário. A proposta já foi aprovada na Câmara dos Deputados, em 2021. Por ter sido alvo de alterações, se receber o aval do Senado, deverá retornar para uma nova análise dos deputados.

Para valer nas próximas eleições, o texto tem que passar nas duas Casas e ser sancionado até outubro – um ano antes do pleito de 2026.

“Sendo aprovado na CCJ, rapidamente vamos aprovar no Senado para ir para a Câmara. E acredito que a gente fazendo um trabalho, até o primeiro semestre nós poderemos estar aprovando esse Código Eleitoral […] A última palavra quem vai dar é a Câmara, porque o projeto iniciou lá. É um processo que é fácil de fazer”, disse.

Inelegibilidade

Em 17 de março, o Senado pautou no plenário o projeto que reduz o prazo de inelegibilidade de políticos condenados. A proposta, no entanto, não é consenso entre os congressistas e não foi votada.

As negociações para a retirada de pauta do texto envolveram o novo Código Eleitoral. O relator se comprometeu a incorporar no seu parecer ajustes em relação às regras sobre a inelegibilidade e perda de direitos políticos. No relatório, Castro afirma que “a inelegibilidade, em nenhuma hipótese, ultrapassará oito anos”.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Novo Código Eleitoral uniformiza regras sobre inelegibilidade, diz relator no site CNN Brasil.

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