
A recente decisão do deputado Glauber Braga (PSOL) de pernoitar no plenário de uma comissão da Câmara dos Deputados acende um alerta sobre a saúde emocional dos parlamentares brasileiros. Este não é um caso isolado: outros colegas de Braga também recorreram a medidas extremas. Em março de 2022, o ex-deputado Daniel Silveira (União Brasil-RJ), próximo ao ex-presidente Jair Bolsonaro, passou a madrugada e a manhã enclausurado em seu gabinete, evitando a instalação de uma tornozeleira eletrônica. Silveira acreditava que a polícia não poderia atuar contra deputados no espaço do Congresso Nacional.
Mais recentemente, em setembro de 2024, Marcos do Val (Podemos-ES) revelou que dormia nas dependências do Senado devido ao temor por sua vida. O parlamentar alegou não ter condições de arcar com as despesas de seu imóvel funcional, após o ministro do STF, Alexandre de Moraes, bloquear suas contas por desobediência a ordens judiciais. Esses episódios revelam uma imaturidade política preocupante entre os parlamentares, que parecem optar pelo radicalismo como forma de chamar a atenção e provocar comoção pública.

Glauber Braga, em particular, chegou a ameaçar entrar em greve de fome e afirmou que não deixará o Congresso até que o processo que pode resultar na cassação de seu mandato seja concluído. Após a reunião do Conselho de Ética da Câmara, realizada na última quarta-feira (9), que aprovou a representação pela perda de seu mandato por quebra de decoro, o deputado declarou que existe “um acordo” relacionado à sua situação. Atualmente, Glauber está sob os cuidados de uma equipe médica da Câmara dos Deputados.