A LVMH perdeu nesta terça-feira (15) sua posição como a maior empresa de luxo da Europa em valor de mercado, após ter sido ultrapassada pela rival Hermes, devido ao pessimismo dos investidores depois da companhia dona de marcas como Louis Vuittton e Dior ter obtido receita abaixo do esperado no trimestre.
A LVMH, cujas marcas ainda incluem Tiffany & Co. e Sephora, foi pressionada por baixa demanda nos Estados Unidos e fraqueza continuada de vendas na China.
As ações da LVMH recuaram quase 8% na sessão, fazendo valor de mercado cair para cerca de 244 bilhões de euros, em comparação com os 248 bilhões da Hermes.
Embora as avaliações de mercado tendam a flutuar, as negociações desta terça-feira “refletem o desempenho divergente e o sentimento dos investidores em relação às duas empresas”, disse Jelena Sokolova, analista sênior de ações da Morningstar.
Sokolova apontou para a maior exposição da LVMH à extremidade inferior do espectro de luxo, ao passo que a base de clientes mais abastada da Hermes permitiu que ela resistisse melhor a uma desaceleração do setor.
A Hermes, que vende bolsas Birkin e Kelly de US$ 10.000, é conhecida por seu controle rígido da produção, mantendo um aumento de 6% a 7% ao ano.
O avanço da Hermes sobre a LVMH é “bastante reveladora do mundo pós-Covid”, com as marcas de moda da segunda desfrutando de uma participação de mercado muito maior do que no passado, após terem ganho terreno sobre as rivais durante o boom pós-pandemia, observou Flavio Cereda, que gerencia a estratégia de investimento em marcas de luxo da GAM.
Haverá “dor no curto prazo, com certeza”, disse Cereda, observando que o foco da Vuitton mais em produtos de luxo de médio valor é uma “área de preocupação”
A queda de 3% nas vendas do primeiro trimestre da LVMH — bem abaixo das expectativas dos analistas de um crescimento de 2% — apontou para outro ano difícil para as empresas de luxo após os recentes anúncios de tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que provocaram temores de recessão.
O desempenho sinalizou “um ambiente comercial mais difícil para o setor de luxo em geral”, disse o analista Piral Dadhania, do RBC, que reduziu sua previsão de vendas da LVMH este ano para zero, em comparação com o crescimento de 3% esperado anteriormente, citando a demanda fraca do primeiro trimestre.
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