Irã ‘não está longe’ de bomba nuclear, diz Aiea

VIENA, 16 ABR (ANSA) – O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Rafael Grossi, alertou que o Irã “não está longe” de possuir uma bomba nuclear, declaração que chega em meio às tentativas de negociações entre o país persa e os Estados Unidos.   

“É como um quebra-cabeças: eles têm as peças e, um dia, podem colocá-las juntas. Ainda tem muito caminho pela frente antes de chegar lá, mas eles não estão longe, precisamos admitir”, disse Grossi em entrevista ao jornal francês Le Monde.   

O diretor da Aiea desembarcou em Teerã nesta quarta-feira (16) para discutir questões relativas ao programa nuclear iraniano, visita que acontece às vésperas da segunda rodada de tratativas indiretas entre EUA e Irã, prevista para o próximo sábado (19).   

“Não basta dizer à comunidade internacional: ‘Não temos armas nucleares’. Precisamos ser capazes de verificar isso”, salientou Grossi.   

Inicialmente, foi divulgado que as negociações de sábado aconteceriam em Roma, depois o Irã disse que a sede seria Mascate, em Omã, mas agora a imprensa árabe afirma que o encontro será realizado na capital italiana.   

A expectativa é de que as delegações sejam lideradas pelo enviado do presidente Donald Trump ao Oriente Médio, Steve Witkoff, e pelo ministro iraniano das Relações Exteriores, Abbas Araghchi. Já o chanceler omani, Badr al Busaidi, exercerá o papel de mediador.   

Uma primeira rodada de tratativas já foi realizada no sábado (12), em Mascate, na residência do ministro das Relações Exteriores de Omã. Para evitar contatos diretos, as equipes de EUA e Irã se mantiveram o tempo todo em salas separadas e se comunicaram por meio de mensagens por escrito.   

Washington e Teerã chegaram a assinar um acordo sobre o programa nuclear do país persa em julho de 2015, ao lado de Alemanha, China, França, Reino Unido, Rússia e União Europeia, porém Donald Trump rasgou o tratado em 2018, durante seu primeiro mandato como presidente.   

O governo americano, assim como Israel, acusa o regime iraniano de buscar o desenvolvimento de armas nucleares, porém Teerã afirma que seu programa de energia atômica tem fins pacíficos. (ANSA).   

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