Câmeras camufladas registram espécies ameaçadas na Serra da Tiririca; veja imagens


A grande surpresa foi a aparição do gato-maracajá, um felino de hábitos noturnos, registrado pela primeira vez na área. Câmeras camufladas registram espécies ameaçadas na Serra da Tiririca
Câmeras camufladas instaladas no Parque Estadual da Serra da Tiririca registraram diversas espécies ameaçadas de extinção, cuja presença na área era desconhecida. A iniciativa partiu do cientista ambiental Rafael Carvalho de Mattos, que buscava mapear a biodiversidade do local.
O parque está localizado entre Niterói e Maricá e tem 3,5 mil hectares de Mata Atlântica. A unidade de conservação abriga uma rica biodiversidade que precisa ser preservada, conforme explica André Pontes de Andrade Costas, técnico do INEA.
Para entender a extensão da biodiversidade, Rafael começou a instalar câmeras na floresta enquanto ainda era estudante. Ele queria provar que a Serra da Tiririca é um lugar cheio de vida, contrariando a percepção de que a área estava “vazia” em termos de diversidade de fauna. Hoje, como técnico do INEA, ele conta com mais apoio e conseguiu instalar 13 câmeras.
“Eu me incomodava um pouco com as pessoas às vezes subestimarem a biodiversidade que existe aqui. É normal, na Mata Atlântica, ao fazer uma trilha [por exemplo], você não conseguir ver um mamífero de médio porte atravessando na sua frente. Mas isso não significa que ele não existe ali”, diz Rafael.
Ao longo de um ano de monitoramento, foram registrados 2 mil vídeos de 17 espécies diferentes. As câmeras capturaram imagens de cachorros-do-mato, mão-pelada, capivaras com filhotes, tamanduás, tatus, ouriços-cacheiros e o “coelho” tapiti. A grande surpresa foi a aparição do gato-maracajá, um felino de hábitos noturnos, registrado pela primeira vez na área.
“É um registro inédito, favorece muito o argumento que a gente tem de preservar aqui”, explica RAfael.
A equipe do parque se prepara para uma nova rodada de revelações, com a abertura das câmeras para ver as imagens gravadas desde novembro. Esse trabalho só é possível graças à luta de ativistas que, há 30 anos, preservaram a Serra da Tiririca, que corria o risco de virar um condomínio.
Gato-maracajá no Parque da Serra da Tiririca
Rafael Mattos/INEA
Tapiti no Parque da Serra da Tiririca
Rafael Mattos/INEA
Cachorros-do-mato no Parque da Serra da Tiririca
Rafael Mattos/INEA
Mão-pelada no Parque da Serra da Tiririca, em Niterói
Rafael Mattos/INEA
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