Ao menos 26 pessoas morreram na região da Caxemira administrada pela Índia quando homens armados abriram fogo contra turistas, disseram autoridades de segurança à AFP nesta terça-feira (22), no que as autoridades chamaram de o pior ataque contra civis em 25 anos.
O ataque ocorreu em Pahalgam, a cerca de 90 quilômetros de Srinagar, na Caxemira, região de maioria muçulmana dividida entre Índia e Paquistão desde a independência do Reino Unido em 1947.
Uma fonte da segurança indicou que entre os feridos havia turistas estrangeiros. No entanto, esta informação não foi confirmada oficialmente.
Outras fontes de segurança e alguns meios de comunicação indianos relataram na noite desta terça que 26 pessoas haviam morrido, depois que uma fonte policial disse mais cedo à AFP que o balanço era de 24 mortos.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, condenou o que chamou de “ato hediondo” e prometeu que os agressores “serão levados à Justiça”.
O chefe do governo regional, Omar Abdullah, assinalou que o número de vítimas fatais “ainda está sendo verificado”, mas acrescentou que o ataque era “muito maior que qualquer um dirigido contra civis nos últimos anos”.
Um guia turístico disse à AFP que chegou ao local após ouvir tiros e carregou alguns dos feridos a cavalo.
“Vi vários homens caídos no chão, parecendo mortos”, disse Waheed, que deu apenas seu primeiro nome.
Uma testemunha do ataque contou, sob a condição do anonimato, que “os combatentes […] saíram da mata perto de um pequeno campo aberto e começaram a atirar”.
“Evitavam claramente as mulheres e seguiam atirando nos homens, às vezes com um único tiro e às vezes com várias balas, foi como uma tempestade”, disse.
O massacre ocorre um dia depois de Modi se reunir em Nova Delhi com o vice-presidente americano J.D. Vance, que está em uma visita oficial de quatro dias na Índia, com sua esposa e filhos.
Vance expressou suas condolências na rede social X após este “terrível ataque”.
Os Estados Unidos estão “firmemente com a Índia diante do terrorismo”, reagiu, por sua vez, o presidente Donald Trump em sua plataforma, Truth Social.
Trump também declarou seu “apoio total” ao país, em uma conversa telefônica com Modi, informou o porta-voz do chanceler da Índia, Randhir Jaiswal, no X.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou “energicamente” o ataque e expressou suas condolências às famílias das vítimas.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, denunciou um “horrendo atentado terrorista”.
Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo ataque, mas rebeldes na região do Himalaia, que buscam a independência ou a união com o Paquistão, travam uma insurgência desde 1989.
A Índia regularmente culpa o Paquistão por apoiar os grupos armados por trás da insurgência.
Islamabad nega essas acusações e afirma que apenas apoia a luta da Caxemira por autodeterminação.
Cerca de 3,5 milhões de turistas visitaram a Caxemira em 2024.
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