A Vigilância Sanitária de Belo Horizonte interditou, nesta terça-feira (23), a padaria responsável por vender uma torta supostamente envenenada que deixou três pessoas internadas em estado grave na UTI. O caso ocorreu nesta segunda-feira (22), no bairro Serrano, localizado na capital de Minas Gerais.
De acordo com a prefeitura da cidade, a medida foi necessária já que o estabelecimento não possui alvará sanitário e nenhum cadastro no serviço para iniciar o processo para liberação do documento. Outro fator que levou à interdição foi a presença de diversas irregularidades em relação à higiene e estrutura sanitária do local.
“O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) da Prefeitura foi notificado e monitora a situação. A Secretaria Municipal de Política Urbana informa que o Alvará de Localização e Funcionamento (ALF) da padaria está regular”, finalizou a Prefeitura de Belo Horizonte, em nota.
Relembre o caso
Duas mulheres, de 23 e 75 anos, e um homem, de 24, estão internadas em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após terem comido uma torta de frango supostamente envenenada.
Equipes da Polícia Militar foram acionadas nesta terça-feira (22) por funcionários de dois hospitais diferentes, um em BH e outro em Sete Lagoas, localizado a 70 km da capital mineira. O chamado ocorreu após os pacientes terem sido internados com sinais de envenenamento.
Familiares das vítimas disseram que os três haviam ingerido uma torta de frango e uma empada compradas em um estabelecimento no bairro Serrano. Quando questionados, os funcionários do local disseram à polícia que a família voltou à padaria horas depois da compra dos alimentos e reclamou que a torta estava azeda. Após a constatação de um cheiro forte por parte dos trabalhadores, o dinheiro da compra foi devolvido.
Segundo eles, os salgados estavam congelados desde o dia da produção, no sábado (19), e que eram aquecidos somente no momento da venda ou quando eram levados para a estufa. Já o dono da padaria diz que o alimento foi preparado por um padeiro contratado como “freelancer”. O homem teria trabalhado somente seis dias no local e a última aparição dele teria sido no domingo (20).
O empresário ainda disse à PM que não sabia o endereço nem o contato do padeiro, além de não ter comprovante de transferência, já que o pagamento era feito em espécie no final do expediente.
Durante a abordagem policial, os agentes pediram acesso às câmeras de segurança do local para realizaram a verificação. Porém, o dono do estabelecimento relatou que os aparelhos teriam sido queimados por conta de um incêndio que atingiu a padaria dias antes do ocorrido.
De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais, o representante legal do estabelecimento foi levado à delegacia para prestar esclarecimento. O padeiro não foi localizado até o momento. Além disso, produtos da padaria foram levados pela corporação para que passem por perícia e possam auxiliar na investigação.
Segundo parentes das vítimas, os jovens foram até a casa da idosa na segunda-feira (21) para visitá-la. Ao retornarem para a própria residência, começaram a se sentir mal de madrugada. Ao amanhecer, ainda sentiam o mal-estar e foram para um hospital na cidade de Sete Lagoas, onde estão entubados em estado grave.
Já a idosa, passou mal na manhã desta terça-feira (22) e precisou ser reanimada pelo próprio filho durante meia hora. Ela foi entubada e levada até um hospital em Belo Horizonte, local em que também se encontra em estado grave.
De acordo com relatos dos familiares, a equipe médica suspeita de envenenamento por substância que ainda será confirmada em exames específicos. Entretanto, eles acreditam que o suposto envenenamento pode ter sido causado por Carbamato, Organofosforato ou Toxina Botulínica.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Vigilância fecha padaria que fez torta de frango supostamente envenenada no site CNN Brasil.