China fala em ‘intimidação’ por parte dos EUA, que usam mísseis em exercícios com as Filipinas

A China emitiu um duro alerta diante do início de três semanas de exercícios militares conjuntos entre EUA e Filipinas, que contam pela primeira vez com a presença de um sistema americano de mísseis capaz de destruir navios. Os equipamentos foram enviados para ilhas estratégicas no estreito de Luzon, próximo a Taiwan, território reivindicado por Beijing. as informações são da revista Newsweek.

Chamados de Balikatan, os exercícios são considerados os maiores da aliança militar entre Washington e Manila e ganharam novo peso neste ano com a inclusão do sistema NMESIS, desenvolvido para atacar embarcações em zonas marítimas disputadas. O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, que esteve recentemente em Manila, afirmou que a presença dos mísseis é uma resposta ao que classificou como “agressão da China comunista”.

Segundo informações das Forças Armadas americanas, os lançadores de mísseis foram transportados para “múltiplas” ilhas do arquipélago de Batanes, que ficam voltadas para Taiwan. Embora as manobras sejam simuladas e não envolvam disparos reais, a presença dos armamentos foi interpretada como uma demonstração de força diante de Beijing.

Soldados das Filipinas e dos EUA em maio de 2014 (Foto: picryl.com/Creative Commons)

A resposta chinesa foi imediata. “Atualmente, a comunidade internacional enfrenta os impactos do unilateralismo, protecionismo, intimidação e hegemonia”, declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China Guo Jiakun, numa crítica direta à política adotada pelo presidente americano Donald Trump. Ele acrescentou que os exercícios e o envio de armas estratégicas “prejudicam ainda mais a estabilidade regional e as perspectivas de crescimento econômico”.

Beijing também renovou a ameaça militar sobre Taiwan, afirmando que a ilha faz parte de seu território e que a unificação será alcançada, se necessário, pelo uso da força. “Aqueles que brincam com fogo acabarão se queimando”, disse Guo, retomando a retórica usada pelo governo chinês em situações semelhantes.

Além do NMESIS, os Estados Unidos já haviam levado ao território filipino o sistema de mísseis Typhon, que pode ser equipado com os mísseis Standard Missile-6 e Tomahawk, com alcance de até 1,6 mil quilômetros — suficiente para atingir boa parte da costa leste da China. O envio desse armamento ocorreu dias antes do início oficial das manobras.

“Ao implantar dois tipos de sistemas de mísseis, os EUA estabeleceram uma rede de ataque de longo, médio e curto alcance que cobre o sudeste da China, o estreito de Taiwan, o canal de Bashi e o norte do Mar da China Meridional”, disse Zhang Junshe, especialista militar, ao jornal estatal Global Times. Segundo ele, “em caso de conflito, esses locais onde os mísseis estão posicionados inevitavelmente se tornarão alvos de contra-ataques. A postura das Filipinas equivale a abrir a porta para um predador e vai acabar se voltando contra o próprio país”.

O post China fala em ‘intimidação’ por parte dos EUA, que usam mísseis em exercícios com as Filipinas apareceu primeiro em A Referência.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.