Crise no INSS: relembre o escândalo que tirou Carlos Lupi do governo Dilma

O ministro da Previdência Social do governo Lula, Carlos Lupi (PDT), voltou a ocupar manchetes após a demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, na última quarta-feira, 23. A saída ocorreu após a Polícia Federal (PF) deflagar a Operação Sem Desconto, que investiga um esquema de fraude contra aposentados e pensionistas.

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Além de ser o responsável pela nomeação de Stefanutto, Lupi já protagonizou um escândalo de corrupção quando integrou a gestão de Dilma Rousseff (PT). Na ocasião, ele atuava como ministro do Trabalho quando renunciou e se tornou o sétimo ministro a ser afastado do mandato da petista. O político esteve a frente da pasta entre 2007 e 2011, contemplando ambos governos de Lula e Dilma.

No final de 2011, denúncias que relacionavam um assessor do ministério do Trabalho a subornos de organizações começaram a surgir e manchar a reputação do então ministro. Logo, Lupi foi acusado de se beneficiar de convênios irregulares de sua pasta com ONGs.

Segundo as alegações, assessores do líder ministerial cobravam propina para resolver pendências de ONGs. Tudo, é claro, com o conhecimento de Lupi

O pedetista também foi denunciado por ter viajado, em 2009, em um jatinho alugado por uma organização que obteve, posteriormente, contratos de projetos ligados ao ministério. Além disso, a revelação de que Lupi era assessor-fantasma do PDT na Câmara dos Deputados em Brasília também colaborou para seu afastamento. Ele teria somado, ilegalmente, cargos em Brasília e no Rio de Janeiro.

O que disse a defesa de Carlos Lupi

Na época, o ministro negou todas as acusações. Com os apontamentos da imprensa e, mais tarde, a recomendação da Comissão de Ética da Presidência de que Lupi fosse demitido, o pedetista ainda tentou sobreviver ao cargo, chegando a pedir desculpas à presidente Dilma Rouseff.

Quando o político decidiu renunciar, chegou a alegar “perseguição política”.

“Tendo em vista a perseguição política e pessoal da mídia que venho sofrendo há dois meses; levando em conta a divulgação do parecer da Comissão de Ética (…) decidi pedir demissão do cargo, em caráter irrevogável”, disse na ocasião.

Voltando ao patamar de ministro desde que Lula iniciou o terceiro mandato, Lupi saiu do poder executivo em 2011 com “a consciência tranquila”.

“Saio com a consciência tranquila do dever cumprido, da minha honestidade pessoal, e confiante, por acreditar que a verdade sempre vence”, finalizou.

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