“Ryan Coogler vai ter os direitos do filme, apesar de não ter pagado para fazê-lo”, escreveu o The New York Times ao noticiar a bilheteria de “Pecadores”, novo filme do diretor de “Creed” (2015) e “Pantera Negra” (2018).
O acordo fechado por Coogler e a Warner Bros. tem dado o que falar, isso porque ele vai contra o modus operandi da indústria cinematográfica. Enquanto uns chamam de “revolucionário“, outros apontam como “perigoso“.
Ao vender o projeto de “Pecadores” para a Warner Bros., Ryan Coogler impôs alguns termos: ele teria o corte final do filme – privilégio raro que o permite ter total controle criativo da produção; uma porcentagem da bilheteria logo na semana de estreia – o mais comum é que o repasse aconteça após o estúdio ter lucro; e 25 anos após o lançamento, o diretor passará a ter os direitos do título.
Em entrevista à Vulture, um executivo de um concorrente da Warner Bros. que não foi identificado classificou o acordo como um precedente “muito perigoso”, que pode dar início ao “fim do sistema de estúdio”.
“Os estúdios existem por uma razão simples: para construir uma biblioteca. O valor vitalício e de longo prazo de nossas propriedades cinematográficas é o que faz de um estúdio um estúdio. Coisas como licenciar e exibir esses filmes geram milhões de dólares por ano em todo o mundo. Então, toda a ideia de construir sua biblioteca – e você a perde em 25 anos? Espere um segundo, você simplesmente desistiu de toda a sua receita no futuro”, argumentou.
É a primeira vez que um acordo desse tipo é feito?
Em 2017, Quentin Tarantino fez um acordo “único” e “inédito” com a Sony Pictures, exigindo os direitos de “Era Uma Vez em… Hollywood” após um período específico – que não foi revelado.
Nomes como Richard Linklater e Mel Gibson também já fizeram acordos semelhantes – o recorrem à Justiça –, mas os dois casos implicam em parte dos direitos autorais – diferente dos casos de Tarantino e Coogler.
Em entrevista ao Business Insider, Ryan Coogler destacou a importância para um diretor negro possuir um filme que é “basicamente sobre cultura negra”.
Sobre o que fala “Pecadores”?
O telespectador é levado para a região do Delta do Mississippi em 1932, algumas décadas após o fim da escravatura nos Estados Unidos, onde a comunidade negra vive segregada e oprimida por grupos de ódio como Ku Klux Klan.
Na trama, Michael B. Jordan vive os irmãos gêmeos Smoke e Stack, que acabam de voltar à cidade e compram uma serraria com a ideia de transformar em um bar de blues.

Eles recrutam diversos conhecidos e o primo mais novo, Sammie (Miles Caton), um talentoso músico reprimido pelo pai pastor. Na abertura, eles são surpreendidos por três pessoas brancas querendo entrar no local.
Esse trio se revela ser um grupo de vampiros que está determinado a transformar a noite em um caos.
Assista ao trailer de “Pecadores”
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Este conteúdo foi originalmente publicado em Entenda o acordo polêmico entre o diretor de “Pecadores” e a Warner Bros. no site CNN Brasil.