Portugal celebra, nesta sexta-feira (25), o 51º aniversário da restauração da democracia, em meio à controvérsia gerada pelo luto nacional decretado pela morte do papa Francisco até sábado, o que levou o governo a adiar algumas comemorações.
A decisão do governo de centro-direita de adiar certos “eventos festivos” para 1º de maio devido ao período de luto nacional de três dias, programado para quinta-feira a sábado, gerou uma onda de críticas.
“Nenhum governo socialista jamais tentou suspender, cancelar ou adiar as comemorações do 25 de abril, porque temos orgulho da nossa democracia”, declarou Pedro Nuno Santos, secretário-geral do Partido Socialista, na noite de quinta-feira.
“É um insulto à memória do papa”, disse o coronel reformado Vasco Lourenço, presidente da Associação 25 de Abril, herdeira do “movimento dos capitães” que organizou a Revolução dos Cravos.
O golpe de Estado de 1974 encerrou, sem derramamento de sangue, 48 anos de ditadura e 13 anos de guerras coloniais na África.
Este ano, Portugal também celebra o 50º aniversário das primeiras eleições livres, realizadas em 25 de abril de 1975, um passo fundamental na consolidação da democracia após o levante militar de 1974.
As comemorações começaram na manhã de sexta-feira no Parlamento, com a presença de líderes dos principais partidos políticos, menos de um mês antes das eleições legislativas antecipadas de 18 de maio, convocadas depois da queda do governo após perder um voto de confiança.
As celebrações no Parlamento começaram com uma homenagem ao papa Francisco, que contou com a presença do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que depois viajará para Roma para assistir ao funeral do pontífice no sábado, juntamente com o primeiro-ministro, Luis Montenegro.
O tradicional desfile popular está marcado para a tarde e geralmente atrai milhares de pessoas para a principal avenida da capital.
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