
O governo do presidente Donald Trump abriu, nesta segunda-feira (29), uma investigação sobre a prestigiosa Harvard Law Review devido a supostas reclamações de “discriminação racial” em seu funcionamento. O Departamento da Educação prevê investigar o processo de seleção dos artigos publicados pela revista que, segundo afirma, “parece escolher vencedores e perdedores em função da origem étnica” de seus autores. As investigações também são dirigidas à universidade e examinarão “a relação entre Harvard e a revista, incluindo os vínculos financeiros, os procedimentos de supervisão, assim como as políticas de seleção e outra documentação relativa às participações e publicações”, informa em um comunicado. Fundada em 1887, pouco depois do 250º aniversário da universidade, a Harvard Law Review, escrita por estudantes, é uma referência na análise jurídica.
Entre seus antigos redatores-chefe e altos funcionários estão o 44º presidente dos EUA, Barack Obama, vários ministros e membros da Suprema Corte. “A faculdade de Direito de Harvard se compromete a garantir que os programas e atividades que supervisiona cumpram com a lei aplicável e a investigar qualquer acusação factível de violação. A Harvard Law Review é uma organização dirigida por estudantes que é legalmente independente da faculdade de Direito”, diz a universidade, contactada pela AFP. A instituição acrescenta que os tribunais rejeitaram um processo sobre o mesmo tema em 2018.

Donald Trump, que mantém um conflito aberto com a prestigiada universidade, a acusou na semana passada de ser uma “instituição antissemita, de extrema esquerda” e uma “ameaça para a democracia”. A universidade levou o governo aos tribunais por ter congelado mais de 2 bilhões de dólares (11,3 bilhões de reais) em subsídios federais depois que a instituição se negou a cumprir uma série de exigências da Casa Branca. Outro comunicado do Departamento da Educação publicado na segunda-feira acusou a Universidade da Pensilvânia de não cumprir uma normativa ao permitir que atletas transexuais competissem em provas femininas. O presidente americano, que acusa as universidades de serem focos de dissidência progressista, quer ter voz e voto nos procedimentos de admissão de estudantes, na contratação de professores e nos seus programas.
Publicado por Luisa Cardoso
*Com informações da AFP