A taxa de desemprego no País registrou uma elevação sazonal no primeiro trimestre, mas permanece no patamar mais baixo para esse período do ano em toda a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados mostram que o mercado de trabalho se mostra resiliente, a despeito de uma conjuntura econômica menos favorável, avaliou Adriana Beringuy, coordenadora da pesquisa do IBGE.
A taxa de desemprego no País subiu a 7,0% no primeiro trimestre, ante 6,2% no quarto trimestre de 2024.
“O primeiro trimestre é sim caracterizado por essa expansão de desocupação. Embora tenha havido esse crescimento caracterizado por essa oscilação sazonal, um impacto sazonal nesse comportamento, os ganhos que vêm sendo acumulados ao longo dos últimos trimestres fazem que, mesmo com registro de crescimento da taxa de desocupação no primeiro trimestre, ainda assim essa taxa de 7% é a menor para um início de ano desde 2012, quando inicia a série histórica dos dados”, afirmou Beringuy.
Segundo a pesquisadora, há ganhos acumulados da ocupação nos últimos dois anos, que “não estão neutralizados ou invalidados” pelo crescimento trimestral da taxa de desocupação.
“O mercado de trabalho segue numa situação de ganhos relacionados à ocupação, mas também em outros indicadores, que são a questão do rendimento médio e também da forma de inserção dos trabalhadores. Muito embora tenha havido a retração da ocupação, essa retração não comprometeu o contingente de trabalhadores empregados com carteira assinada, por exemplo. São informações dentro do número geral que são importantes a gente considerar”, frisou Beringuy.