Bolsonaro deixa UTI quase três semanas depois de cirurgia abdominal

O ex-presidente Jair Bolsonaro deixou a UTI e se encontra “estável”, informou nesta quinta-feira (1°) o hospital DF Star, onde se recupera de uma complexa cirurgia abdominal realizada em 13 de abril.

O político de 70 anos agora está internado em acompanhamento pós-operatório, mas segue sem data prevista de alta, indicou o hospital, cinco semanas depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir indiciá-lo por suposta tentativa de golpe de Estado em 2022.

O ex-mandatário (2019-2022) foi operado durante 12 horas para solucionar uma obstrução intestinal, uma complicação derivada da facada que sofreu durante um comício de sua campanha eleitoral em 2018.

Bolsonaro se encontra “com pressão arterial controlada” e mostra uma “melhora progressiva dos movimentos intestinais espontâneos”, detalhou o DF Star em um comunicado.

Na semana passada, o ex-presidente ficou furioso ante a visita de uma oficial de justiça para lhe entregar uma notificação do STF, que no fim de março decidiu aceitar a acusação por uma suposta trama golpista.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa Bolsonaro de ter liderado um complô para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, depois que o mesmo o derrotou nas eleições de 2022.

Caso seja considerado culpado, ele pode cumprir até 40 anos de prisão. Bolsonaro alega inocência e diz estar sendo “perseguido”.

“Você está consciente de que está dentro de uma unidade de terapia intensiva?”, perguntou Bolsonaro à oficial de justiça, em um vídeo divulgado no X onde se ouvia os médicos advertindo-a que sua pressão estava subindo “bastante”.

No dia anterior, Bolsonaro havia aparecido durante quase uma hora em uma transmissão ao vivo do YouTube.

O STF considerou que sua participação demonstrava a possibilidade de ser intimado e notificado.

Um dia depois da visita judicial, Bolsonaro sofreu uma piora clínica com alta pressão arterial e piora dos exames de laboratório hepáticos.

O ex-presidente está inelegível até 2030 por ter questionado sem provas a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro.

Mas insiste que pretende ser candidato às eleições presidenciais de 2026, nas quais Lula também pode ser candidato.

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