“Fumaça rosa”: Ativistas protestam a favor de mulheres padres em Roma

Ativistas da ordenação de mulheres na Igreja Católica protestaram com bastões de fumaça rosa em um local próximo do Vaticano nesta quarta-feira (7). A ação ocorreu poucas horas antes do início do conclave, e teve o objetivo de criticar o processo eleitoral para eleger um novo pontífice, composto exclusivamente por homens.

Gritando frases como “acabem com o sexismo”, as integrantes da Conferência para a Ordenação de Mulheres (WOC) soltaram nuvens de fumaça para enfatizar que a Igreja precisa mudar a postura com relação à ordenação de mulheres.


Ativistas soltando a fumaça rosa em protesto ao conclave de 2025 • VATICAN MEDIA / REUTERS

A diretora-executiva do Wijngaards Institute for Catholic Research and Women’s Ordination Worldwide disse à Reuters que o protesto precisou ocorrer antes dos cardeais ficarem confinados na Capela Sistina, sem contato com o mundo exterior.

“Estamos enviando a fumaça rosa sobre o Vaticano antes do início do conclave, ainda hoje. Estamos fazendo isso porque sabemos que temos uma pequena janela de tempo antes que os cardeais sejam confinados na Capela Sistina, sem acesso às suas redes sociais e celulares”, afirma Miriam Duignan.

Ela acrescentou: “Eles verão a fumaça rosa sobre o Vaticano e saberão que as mulheres estão enviando um sinal claro de que não podem entrar com 133 homens decidindo o futuro da Igreja Católica sem metade dessa mesma Igreja Católica. Eles vão falar sobre todos os tipos de questões, mas não vão falar sobre a ordenação de mulheres, de mulheres padres e da igualdade das mulheres.”

Papa Francisco colocou mulheres em posição de destaque no Vaticano

Uma pesquisa realizada pelo Vatican News em 2023 revelou que o número de funcionárias que trabalham na Santa Sé e na administração do Estado da Cidade do Vaticano teve um salto de 846 para 1165 nos primeiros 10 anos do pontificado de Francisco.

Na época da divulgação do levantamento, a Santa Sé empregava 3.114 pessoas, incluindo 812 mulheres. Na prática, isso significa que um em cada quatro funcionários era uma mulher.

Ao longo do pontificado de Francisco, as mulheres conquistaram nomeações inéditas para cargos no Vaticano e o direito de voto em reuniões globais de bispos. Em janeiro desse ano, por exemplo, ele nomeou a primeira mulher para liderança de um departamento importante do Vaticano.

A Irmã Simona Brambilla, de 59 anos, dirigire o Dicastério do Vaticano para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, que supervisiona as ordens religiosas católicas do mundo. Ela substitui o Cardeal João Braz de Aviz, um prelado brasileiro que liderava o gabinete desde 2011.

Contudo, há um limite que o papa não ultrapassou: a ordenação de mulheres como sacerdotes, nem mesmo para se tornarem diaconisas.

O diácono é um cargo, ocupado por homens, dedicado ao serviço na Igreja e na hierarquia católica, está um grau abaixo de um padre. Ele não pode celebrar missas, ouvir confissões nem ungir os enfermos.

Este conteúdo foi originalmente publicado em “Fumaça rosa”: Ativistas protestam a favor de mulheres padres em Roma no site CNN Brasil.

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