Apesar de a expectativa para a primeira reunião entre delegações chinesas e americanas durante a guerra comercial ser alta, neste momento é difícil saber se o encontro em Genebra, na Suíça, será capaz de alterar os rumos da disputa.
Os Estados Unidos não parecem dispostos a dar o primeiro passo e fazer concessões. Questionado nesta quarta-feira (7) sobre se estaria aberto a tirar as tarifas de 145% sobre produtos chineses, o presidente americano, Donald Trump, foi direto: respondeu com um categórico “não”. A resposta causou uma queda nos principais indicadores do mercado americano.
Do lado da China, o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Lin Jian, afirmou que Pequim irá defender a justiça nas negociações e defendeu que o diálogo seja baseado no respeito mútuo. Também disse que nenhuma forma de pressão ou coerção funcionará contra a China.
A reunião do fim de semana pode trazer avanços ou exatamente o contrário: a certeza de que os dois lados seguirão escalando a guerra comercial usando não só tarifas, mas outros mecanismos de coerção. É possível que o ciclo de retaliações continue mesmo com a ameaça de grandes prejuízos para ambas as partes.
O comércio entre China e Estados Unidos já foi severamente prejudicado; o número de navios de carga saindo da China em direção aos portos americanos caiu 60% em abril, segundo dados da Flexport, uma plataforma de logística. O banco JP Morgan estima que as importações chinesas nos estados unidos caiam até 80% na segunda metade do ano.
Em meio aos impactos, o jornal Wall Street Journal revelou que a China interrompeu a divulgação de centenas de indicadores econômicos ao longo dos últimos anos. A reportagem cita como exemplos dados sobre vendas de imóveis, investimentos estrangeiros e indicadores de emprego.
As informações eram usadas por pesquisadores, jornalistas e investidores. Com o o desaparecimento, fica ainda mais difícil saber exatamente o impacto da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Guerra comercial: reunião entre China e EUA pode ser decisiva no site CNN Brasil.