O papa Leão XIV, eleito pelo conclave nesta quinta-feira, 8, fez visitas ao Brasil em 2004, 2008, 2012 e em 2013, quando ainda era padre, e tinha viagem marcada para voltar ao País neste ano. O pontífice esteve em Belo Horizonte (MG), Campinas (SP), Guarulhos (SP) e São Paulo (SP). Em todas as ocasiões, o religioso foi a cerimônias da Ordem dos Agostinianos, da qual faz parte.
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Em 2004, Leão XIV, ainda como o padre Robert Francis Prevost, esteve em Belo Horizonte (MG) para celebrar os 70 anos do Colégio de Santo Agostinho, uma instituição de ensino localizada na Avenida Amazonas. Em 2012, o atual pontífice voltou à capital mineira para presidir a celebração de Ordenação Solene de três religiosos na Província Nossa Senhora da Consolação.
No estado de São Paulo, o agora papa esteve na paróquia Santo Antônio, no bairro Ponte Preta, em Campinas, em 2008. Quatro anos depois, Leão XIV visitou a paróquia São Carlos Borromeu, no Belenzinho, na zona leste da capital paulista. Nas redes sociais, a igreja fez uma publicação com uma imagem do pontífice celebrando uma missa no templo. Em 2013, o religioso também esteve em Guarulhos (SP).
De acordo com a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), o papa Leão XIV aceitou em fevereiro deste ano um convite para estar presente na 62ª Assembleia Geral da CNBB, que aconteceria em Aparecida (SP), de 30 de abril a 9 de maio, mas o evento foi adiado por conta da morte do papa Francisco.
Quem é Robert Francis Prevost, o papa Leão XIV
Nascido em 1955 em Chicago, nos Estados Unidos, em uma família de origens europeias, Prevost também tem nacionalidade peruana por ter vivido por quase duas décadas no país andino, onde iniciou a carreira como missionário agostiniano e chegou a bispo.
Prevost tem 69 anos e seu perfil é visto como equilibrado, com reputação por construir pontes entre conservadores e progressistas – o que pode vir a calhar em um momento em que a igreja se encontra dividida.
Apesar da proximidade do último papa, considerado progressista, ele tem formação em direito canônico pela Pontifícia Universidade de Santo Tomás de Aquino, o que pode agradar setores da igreja que privilegiam uma abordagem centrada na teologia.
Além de prefeito dos bispos, Francisco também o nomeou presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina, voltada ao estudo de questões referentes à vida e ao desenvolvimento da igreja na região.
Segundo reportagem do jornal The New York Times, Prevost foi elogiado por ter apoiado imigrantes venezuelanos e visitado comunidades remotas no Peru.
Por outro lado, expressou no passado visões menos acolhedoras do que as do papa Francisco em relação a pessoas LGBTQIA+ e, como bispo em Chiclayo, no Peru, se opôs a um plano do governo local para incluir ensinamentos sobre gênero nas escolas.
Foi também criticado por sua condução de casos em que padres foram acusados de abuso sexual. O jornal afirma que não teve sucesso em contactar o cardeal sobre as críticas.
Prevost comentou sobre a responsabilidade dos bispos na luta contra os abusos na igreja em uma entrevista ao Vatican News, em 2023. “Não podemos fechar o coração, a porta da Igreja, às pessoas que sofreram por abusos. A responsabilidade do bispo é grande e acho que ainda temos que fazer esforços consideráveis para responder a esta situação que causa tanta dor na Igreja”, disse.