Pentágono inicia expulsão de militares transgêneros

"PresidenteForças Armadas dos EUA anunciam que vão começar a desligar mais de mil militares trans após governo Trump receber aval da Suprema Corte.As Forças Armadas dos EUA iniciarão em caráter imediato um processo para desligar dos seus quadros cerca de 1.000 militares que se identificam como transgêneros. Essa primeira leva, segundo informou o Pentágono nesta quinta-feira (08/05), aceitou sair voluntariamente.

O Pentágono também informou que vai conceder um prazo extra de 30 dias para que outros militares transgêneros se identifiquem e deixem voluntariamente as Forças Armadas. Depois do prazo, que se encerra em 6 de junho, eles vão ser formalmente expulsos, e arriscam perder benefícios

Em janeiro, o presidente Donald Trump emitiu uma ordem proibindo o serviço militar para pessoas transgênero. Nesta semana, a Suprema Corte dos EUA deu aval à medida, determinando que a proibição poderia entrar em vigor, mesmo sendo alvo de um litígio em andamento na Justiça americana.

A ordem executiva afirma que “expressar uma falsa ‘identidade de gênero’ diferente do sexo de um indivíduo não pode satisfazer os rigorosos padrões necessários para o serviço militar”.

“Os departamentos militares iniciarão imediatamente o processo de separação de militares que se autoidentificaram para separação voluntária antes de 26 de março de 2025”, afirmou um memorando do secretário da Defesa dos EUA, Pete Hegseth.

“Após a conclusão do período de elegibilidade para autoidentificação, os departamentos militares iniciarão os processos de separação involuntária”, diz o documento.

“Incompatíveis com altos padrões mentais e físicos”

Autoridades do Pentágono, em um memorando anterior, defenderam a proibição, afirmando que “as restrições médicas, cirúrgicas e de saúde mental impostas a indivíduos que tenham um diagnóstico atual ou histórico de, ou apresentem sintomas consistentes com, disforia de gênero são incompatíveis com os altos padrões mentais e físicos necessários para o serviço militar”.

Disforia de gênero é um termo utilizado para descrever a inequação vivenciada por pessoas transgênero com as características feminina ou masculina de seu corpo.

O Pentágono emitiu um memorando no final de fevereiro, afirmando que removeria os soldados transgênero, a menos que essas pessoas obtivessem isenções, caso a caso. O documento também anunciou a proibição ao ingresso de pessoas transgênero nas Forças Armadas.

“Chega dessa merda”, disse Hegseth

Autoridades disseram que, em 9 de dezembro de 2024, havia 4.240 soldados diagnosticados com disforia de gênero na ativa, na Guarda Nacional e na reserva, mas reconheceram que o número pode ser maior. No total, há cerca de 2,1 milhões de soldados servindo nas Forças Armadas.

Após a decisão da Suprema Corte, Hegseth deixou bem claras suas opiniões sobre o tema “Chega de Trans no Departamento de Defesa”, escreveu o secretário e postagem no X.

Antes da determinação dos juízes, Hegseth disse que seu departamento estava deixando para trás a cultura “woke” e a fraqueza. “Chega de pronomes”, afirmou durante uma conferência das forças de operações especiais

Os americanos transgêneros têm enfrentado altos e baixos nas políticas referentes ao serviço militar nos últimos anos. Governos liderados pelos democratas – como os ex-presidentes Barck Obama e Joe Biden – agiram para permitir que eles pudessem servir abertamente, enquanto Trump tenta mantê-los fora das fileiras.

O governo Trump vem promovendo uma verdadeira cruzada contra os direitos LGBTQ+ e para anular as políticas de diversidade implementadas pelos democratas. Essas ações vem sendo alvo de fortes críticas por parte de inúmeras entidades de direitos humanos, dentro e fora dos EUA.

rc (AP, AFP)

Adicionar aos favoritos o Link permanente.