Dezenas de milhares de pessoas protestaram nesta sexta-feira (9) em Bucareste, capital da Romênia, em apoio à União Europeia, a uma semana do segundo turno das eleições presidenciais, nas quais a extrema direita parte como favorita.
O líder do partido nacionalista e antieuropeu AUR, George Simion, de 38 anos, venceu o primeiro turno das eleições no domingo com mais de 40% dos votos, muito à frente do prefeito centrista de Bucareste, Nicusor Dan (20,9%).
O deputado, eurocético e admirador do presidente americano, Donald Trump, critica as “políticas absurdas” de Bruxelas, se opõe à ajuda à Ucrânia e exige uma “compensação” econômica pelo apoio prestado até agora.
Seu adversário, de 55 anos, ainda espera que a abstenção diminua e que isso o favoreça para vencer as eleições neste país de 19 milhões de habitantes, que se tornou um pilar fundamental da Otan desde a invasão russa da Ucrânia há três anos.
“Se você não vota, você não conta”, diziam alguns cartazes na manifestação desta sexta-feira, onde se viam bandeiras romenas e europeias.
As eleições estão sendo realizadas após o Tribunal Constitucional anular as de novembro, quando o candidato extremista Calin Georgescu venceu de surpresa, sendo acusado de simpatizar com o Kremlin.
Entre os cerca de 50 mil manifestantes presentes nesta sexta-feira, segundo os organizadores, estava George Matei, um estudante de 23 anos.
O jovem confessou seu “medo” diante da possibilidade de vitória da extrema direita. “Nunca imaginei viver em outro país, mas esta semana pensei muito nisso”, afirmou.
Ioana Nicolaie, escritora de 50 anos e esposa do célebre escritor Mircea Cartarescu, declarou à AFP que “é impossível que, depois de todo esse tempo, nós, a geração que construiu este país” após a queda do comunismo em 1989 e “o conduziu rumo à Europa, voltemos para a Rússia”.
“De forma alguma podemos votar em Simion. A Europa é a nossa casa”, insistiu Nicolaie.
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